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terça-feira, 27 de agosto de 2019

Crianças na Missa? 11 conselhos para todos os pais



Raffaella Frullone

Levar as crianças para a Missa é certo ou é melhor que os pais se dividam e frequentem a Missa por turnos para não perturbar e viver melhor a liturgia? Eterno dilema, eternas discussões entre os pais que procuram fazer o melhor. Exatamente para eles, chegam da Austrália onze conselhos para ajudar os menores a participar da Missa: são escritos pelo Monsenhor Shora Maree, pároco da paróquia maronita de Nossa Senhora do Líbano em Sydney, junto a uma paroquiana, Theresa Chahine.

1. Sejam coerentes. A Missa deve ser parte integrante da vida das crianças. Quanto mais cedo participam dela, depois do nascimento (e também enquanto se encontram no útero), mais se tornam familiares a ela. Acima de tudo, nunca é tarde para começar.

2. Sejam positivos. Especialmente durante a semana é importante ter uma atitude positiva em relação à fé, à Igreja, à Missa. A atitude contrária pode provocar resistência nos menores em participar dela.
3. A paróquia como uma casa. A paróquia deve ser uma casa espiritual: envolva seus filhos com ela, participe de outras atividades litúrgicas e sociais, além da Missa dominical.

4. Antes de sair para a Igreja. a) Assegure-se que as crianças tenham comido antes de sair de casa, assim terão energia para estar concentradas durante a liturgia. É melhor também exortar as crianças a ir ao banheiro antes de sair de casa. b) Vista as crianças em modo especial. Não é necessário usar roupas caras e extravagantes, mas se as crianças estão vestidas com algo especial, começarão a compreender que estão indo a um lugar especial. 

5. Brinquedos. Para as crianças muito pequenas, se você tem intenção de levar algum objeto para elas, faça de modo que seja uma Bíblia de maneira que saibam que este é o “tempo de Jesus”. Todos os brinquedos e os livros deveriam ser realizados em material macio, de maneira que não distraia as pessoas ao redor se forem derrubados.

6. No carro. Durante o percurso até a Igreja ajuda a recitação de uma oração, uma coroa do Rosário, ou escutar música religiosa.  Além do mais, durante a semana é bom falar com as crianças sobre o simbolismo da liturgia, também ler algum trecho do Evangelho pela noite ajuda a compreender. Os menores são capazes de compreender, quanto mais forem levados a seguir. 

7. Na Igreja. Antes de entrar na Igreja, se detenha um momento para recordar aos filhos o que estão para fazer.  Explique a eles como deveriam comportar-se, por exemplo, dizendo que o papel deles é aquele de estar tranquilos e participar rezando. 

8. No primeiro banco. Levem as crianças para perto do altar. Se, também no primeiro banco, tiverem a melhor visão da liturgia, verão o altar, o sacerdote, o incenso. Inicialmente pode ser difícil, mas permitir de ver em 3D o que está acontecendo, e não somente de ver muitas costas de pessoas diante deles, ajuda os menores.

9. As “turbulências”. Se o seu filho fizer barulho, não se sinta culpado, a maior parte das pessoas viveram isso e compreende. Sair da Igreja toda vez que faz um pequeno barulho poderia encorajá-lo a fazer isso de propósito. Pelo contrário, se o barulho é forte e continua, é justo sair em silêncio, procurando retornar assim que a criança se acalma.

10. Ação. Verifique se você está dando o exemplo aos seus filhos, por exemplo, respondendo e participando da liturgia. Encoraje-os a unir-se ao coro, a servir ao altar, a ler as orações de intercessão, a dar o sinal da paz ou a levar os dons para o altar.

11. Feedback. Depois da liturgia, elogie os seus filhos pelo bom comportamento deles. Caso tenham perturbado, explique a eles o que devem melhorar para a próxima vez. É uma boa ajuda também responder às perguntas das crianças sobre a Missa e perguntar a eles sobre a homilia que escutaram.




quarta-feira, 21 de agosto de 2019

ECOLOGISMO: Com Greta em um veleiro na época dos vikings


Aproxima-se a conferência sobre o clima de New York. Greta Thunberg está indo em um veleiro. E demonstra assim que uma alternativa ecologista ao nosso modelo de vida não existe. A não ser que você aceite um retrocesso de séculos.



Aproxima-se a conferência sobre o clima de New York. Como em todas as ocasiões de cúpulas internacionais em que se propõe a redução drástica de emissões, os observadores mais experientes fazem um cálculo de gases de efeito estufa emitidos pelos aviões que transportam as delegações para o lugar do encontro, também para outra parte do mundo. “Por que não viajais em veleiro?” é a ironia que frequentemente os acompanha. Mas, Greta Thunberg, a mocinha sueca que se tornou guru do ambientalismo não ama humorismo, evidentemente e assumiu a sugestão literalmente. Para a América, como já se percebe há meses, irá realmente em um veleiro. Não existe, porém, verdadeiramente nada para achar engraçado. Porque a sua viagem “a impacto zero” é a demonstração que a alternativa ecologista ao nosso modelo de vida não existe, a não ser que não se queira aceitar um retrocesso de séculos. 

A travessia, de Plymouth (Sul da Inglaterra) a New York, durará duas semanas a bordo do iate de regata chamado Malizia 2, governado pelos capitães mundialmente famosos Pierre Casiraghi (da família real de Mônaco) e Boris Herrmann. Trata-se de uma barca de alta tecnologia, dotada de dispositivos eólicos e solares que podem alimentá-la somente com energias renováveis. Um prodígio da técnica tão caro (em torno de 4 milhões de euro) quanto desconfortável (sem banheiro, sem chuveiro, sem privacidade) que somente poucos preparados e determinados podem se permitir de usar para uma travessia que, se prevê, durará duas semanas. Uma viagem que não é privada de riscos, consideram que a rota que passa pela Groenlândia e desce a costa canadense até a costa norte dos Estados Unidos pode reservar duras surpresas, como iceberg e tempestades. São dificuldades normais para os navios que usamos neste século, mas podem ser ainda insuperáveis para um barco de apenas 18 metros, portanto pouco menos que os drakkar a remo e a vela com os quais os vikings exploravam aquela rota, há mil anos.

Exatamente este aspecto nos deveria sugerir que uma alternativa com “impacto zero” ao nosso modelo de vida não existe. Greta, para cumprir a sua viagem simbólica, poderia ter demonstrado que se pode viajar em modo mais seguro, confortável e rápido com uma tecnologia (aérea ou naval) mais ecológica em relação a um voo de linha ou a um navio cruzeiro? Evidentemente que não. Sobretudo considerando o fato que os ecologistas, mesmo apontando para o objetivo “emissões zero” descartando a opção nuclear: um navio nuclear tem um impacto muito menor do que um navio a óleo equivalente, mas o nuclear não se pode nem mesmo nominar, porque é o emblema de tudo aquilo que os Verdes sempre combateram. O objetivo, portanto, é ideológico: trata-se, não somente, de reduzir as emissões, mas de recorrer exclusivamente às energias renováveis, aquelas “naturais” de sol e vento. Quanto ao sol, um avião que viaja a energia solar, o Solar Impulse, precisou mais de um ano (de março de 2015 a julho de 2016) para fazer a volta ao mundo, aproximadamente o mesmo tempo que empregavam os veleiros da época do Bounty para da Europa chegar a Indonésia. O Solar Impulse viaja a apenas 50 Km/h e não existem atualmente grandes perspectivas para atingir velocidades muito superiores. Um avião de linha normal faz habitualmente mais de 700 Km/h. quanto ao vento, resta o navio a vela: duas semanas para atravessar o Atlântico de Plymouth a New York, a mesma rota que um voo de linha percorre em 7 horas e um navio de passageiros em 3 dias. 

Não existe somente uma questão de velocidade, mas também de custos e de possibilidade. Navios cruzeiros e, sobretudo aviões de linha tornaram as viagens acessíveis a todos. Aquilo que antes era um privilégio de poucos ricos e fortes, hoje qualquer família pode se permitir. Em New York, em Milão ou Roma, se encontram também passagens de ida e volta de 300-400 euros. Suportar sete horas de voo é suportável também para as crianças e idosos. Os navios de cruzeiro oferecem padrão de conforto e de segurança que não exigem nenhum tipo de preparação atlética, nem nenhum adestramento para navegação. A travessia de Greta leva, ao invés, os ponteiros do relógio de volta cinco séculos, pelo menos, quando para fazer uma viagem intercontinental no mar era preciso muito dinheiro, patrocinadores poderosos (reis e príncipes, exatamente como neste caso), muitíssimo espírito de sacrifício, coragem e/ou inconsciência. Navegar a remo queria dizer: braços e costas triturados pelo esforço. Navegar a vela: risco de morrer a cada momento ao governar as velas, em cima do mastro no meio do vento. Viajar no mar em direção a outros continentes, na idade média ou no renascimento, era coisa para pouquíssimos, para nobres e heróis. Os ecologistas miram implicitamente a tornar àquelas condições. A não permitir que viajemos, a reservar os deslocamentos somente para poucos “merecedores”. Os outros retornem para ficar onde estão, dentro da sua aldeia, cultivando verdura a 0Km. Com uma diferença: se os exploradores vikings, Colombo, Vespucci e Magellano naufragassem, morreriam. Se Greta Thunberg naufragar será, ao invés, socorrida por navios e helicópteros de altíssimo impacto ambiental. E ainda não declarou com que meios retornará da América do Norte para a Europa.





terça-feira, 13 de agosto de 2019

Investigação assustadora: os católicos não sabem o que seja a Eucaristia


Giuliano Guzzo

Um relatório do Pew Research Center revela que somente um terço dos católicos americanos crê que a comunhão seja o Corpo e Sangue de Cristo. 69% considera que pão e vinho sejam somente símbolo, e muitos estão também convencidos que este seja o ensinamento da Igreja. Dados inquietantes que nãos e referem somente aos Estados Unidos, antes: existem diversos elementos para considerar que na Europa, e também na Itália, os resultados seriam também piores. É esta a verdadeira emergência para a Igreja, da qual os pastores deveriam se preocupar. Todo o resto vem muito depois.


Já faz alguns anos, parece que o problema número um da Igreja seja fazer de maneira que todos, indistintamente, possam comungar, sem nenhuma exclusão. De acordo, mas quantos fiéis são hoje conscientes do valor e do significado do sacramento da Eucaristia? Há sentido perguntar sobre isso, dado que já Padre Pio de Pietrelcina (1887-1968), pressagiando uma certa ignorância em relação a esta questão, tinha então sentenciado que, se soubéssemos do real valor da Santa Missa, seria necessário a polícia para coordenar as multidões que acorreriam a ela.

Uma piada, aquela do santo, que destacava uma situação alarmante já há decênios, imaginemos hoje. Quem não ficou em divagações e procurou examinar foi o Pew Research Center que de 4 a 19 de fevereiro deste ano efetuou uma revelação exatamente sobre a consciência religiosa no povo americano, condensando o que descobriu em 70 páginas de um relatório eloquente intitulado  What Americans Know About Religion (o que sabem os americanos sobre a religião).

Ora, se os dados trazidos nesse documento são muitos e estimulantes, há um que aparece perturbador. Refere-se ao conhecimento que os católicos possuem sobre a Eucaristia. Conhecimento por assim dizer, dado que apareceu como somente um terço dos católicos dos estados Unidos acredite que a comunhão seja o corpo e o sangue de Cristo, enquanto os 69% considera que o pão e o vinho sejam meros símbolos. E não terminou aqui. Muitos dos católicos que consideram que pão e vinho sejam símbolos se dizem convencidos que este seja o ensinamento da Igreja.

Por último, se de um lado existe uma pequena parte de católicos (3%) que professa crer na presença real de Cristo na eucaristia mesmo ignorando o ensinamento da Igreja sobre transubstanciação, por outro lado, um em cada cinco deles que ao invés sabem  o que seja a transubstanciação rejeita tal ensinamento julgando-o infundado. Tudo isso, se for conveniente, compõe um quadro que, complexamente, seria eufemístico definir inquietante. 

Isso é tão verdadeiro que, por exemplo, Dom Emmet Barron,  bispo auxiliar de Los Angeles, informado destes dados manifestou publicamente, no twitter, escandalizada incredulidade: “É difícil descrever quanto me irrita o que surgiu no último estudo do Pew Research Center. Isto deveria ser um alarme para todos nós na Igreja. Somos todos culpados”. De fato, é difícil não perceber nestes abismos de ignorância religiosa e sacramental claras responsabilidades por parte dos pastores americanos.

E na Itália? Como é a situação? Infelizmente, ou talvez, felizmente – depende do ponto de vista -, não dispomos de pesquisas assim cuidadosas como a dos Estados Unidos. Todavia, aquelas feitas em nosso País não deixam transparecer cenários muito bons. Basta pensar o que apareceu em um estudo feito em 2007 pela revista Famiglia Cristiana com 800 batizados com uma idade média de 48 anos, portanto fiéis maduros, pelo menos de idade. 

Brevemente, então se descobriu que somente 25% dos católicos praticantes leram os evangelhos (imagine os não praticantes) e à pergunta “como se pode cultivar a espiritualidade?” 63%  respondeu “ajudando o próximo” e 35% “fazendo voluntariado”, enquanto muito menos respondeu “rezando” (22%) e “indo à Missa” (14%). Ora, considerando que este era o cenário de uma dúzia de anos atrás, quando Bento XVI governava a Igreja, é fácil imaginar – sobretudo à luz do citado estudo americano e da filantropia que há anos confunde muitos fiéis – qual desastroso possa ser, hoje, o nível de conhecimento, também na Itália, do significado da Eucaristia. 

Segue-se como, em vez de se perder em prioridades, que é tudo menos isso, preocupando-se de inclinar a doutrina para o sentimento comum, os nossos pastores – a partir das mais elevadas hierarquias da Igreja – deveriam fazer um sério exame de consciência, decidindo-se uma vez por todas em retornar a formar o seu rebanho. Porque não existe obra de caridade mais elevada, hoje, que evangelizar um povo cristão que, infelizmente, está se paganizando e se perdendo entre as chagas da modernidade. Isto é realmente prioritário. Todo o resto vem depois, muito depois. 

A Eucaristia será um dos argumentos na próxima Jornada da Bussola, intitulada “Até os confins da terra”, que acontecerá em 6 de outubro em Milão. Os palestrantes serão Ir. Gloria Riva (Adoradoras Perpétuas do Santíssimo sacramento), padre Roberto Coggi op (autor de numerosos livros dedicados à Eucaristia), doutor Franco Serafini (autor de “Um cardiologista visita Jesus – Os milagres eucarísticos à prova da ciência”).