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terça-feira, 7 de julho de 2020

TRÊS REMÉDIOS CONTRA O DEMÔNIO QUE NOS INDICA O PADRE TANQUEREY


Do “Compêndio de Teologia Ascética e Mística”, de Padre Adolphe Tanquerey (1854 – 1932)
Estes remédios dos quais agora vos falarei são indicados pelos Santos e particularmente por Santa Teresa dAvila.



PRIMEIRO REMÉDIO: A ORAÇÃO HUMILDE E CONFIANTE.
O primeiro é uma oração humilde e confiante, para atrair para o nosso lado Deus e os seus anjos. Se Deus é por nós, quem será contra nós? Quem, de fato, pode ser comparado com Deus? “Quis ut Deus?” Esta oração deve ser humilde; porque nada existe que coloque mais rapidamente em fuga o Anjo rebelde, o qual, tendo se rebelado por orgulho, na sabe mais praticar esta virtude: o humilhar-se diante de Deus, o reconhecer-se impotente para triunfar sem a sua ajuda, desfaz os desígnios do Anjo soberbo. Deve ser também confiante; porque, pressionando à glória de Deus o nosso triunfo, podemos ter plena confiança na eficácia da sua graça. É bom também invocar São Miguel Arcanjo, que, tendo infligido ao demônio uma esplêndida derrota, terá satisfação em coroar a sua vitória em nós por meio de nós. E com vontade o ajudará o nosso Anjo da Guarda se confiamos nele. Mas, não nos esquecemos de rezar especialmente à Virgem Imaculada, que com o pé virginal não cessa de esmagar a cabeça da serpente e é para o demônio mais terrível que um exército em ordem de batalha.

SEGUNDO REMÉDIO: OS SACRAMENTOS E OS SACRAMENTAIS.
O segundo meio é o uso confidente dos sacramentos e dos sacramentais. A confissão, sendo um ato de humildade, expulsa o demônio; a absolvição aplica em nós os méritos de Jesus Cristo e nos torna invulneráveis aos seus dardos; a santa Comunhão, colocando no nosso coração Aquele que venceu satanás, inspira ao demônio um verdadeiro terror. Os mesmos sacramentos, o sinal da cruz ou as orações litúrgicas feitas com espírito de fé em união com a Igreja, são também de preciosa ajuda. Santa Teresa recomenda em particular a água benta, talvez porque é muito humilhante para o demônio ver-se agredido com um meio assim tão simples.

TERCEIRO REMÉDIO: O DESPREZO DO DEMÔNIO.
O último meio é um sumo desprezo do demônio. É-nos dito também por Santa Teresa: “Com muita Freqüência me atormentavam estes malditos; mas me fazem exatamente pouco medo; porque eles, e eu o vejo bem, não podem mover um passo sem a permissão de Deus... Desejaria que se soubesse bem, todas as vezes que nós lhes desprezamos, eles perdem suas forças, e a alma adquire sobre eles sempre maior império... São fortes somente contra as almas covardes, que cedem a eles as armas; contra estes exibem seu poder”. Ver-se desprezados por seres mais frágeis é de fato uma dura humilhação para estes espíritos soberbos. Agora nós, como dissemos, apoiados humildemente em Deus, temos o direito e o dever de desprezá-los: “Si Deus pro nobis, quis contra nos?” Podem latir, mas não podem morder, se, por imprudência ou por orgulho, nós não nos colocamos em seu poder: “latrare potest, mordere non potest nisi volentem”. Deste modo, portanto, a luta que devemos sustentar contra o demônio, como também contra o mundo e a concupiscência, nos fixa na vida sobrenatural, ou melhor, nos faz também progredir.