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segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Com Biden o verdadeiro perigo se chama Kamala Harris. Abortista e pró-Lgbt, eis quem é a vice-Presidente

Giuliano Guzzo


 O Presidente eleito dos Estados Unidos, segundo as projeções dos principais órgãos da imprensa, é Joe Biden, obviamente sem os recursos de Donald Trump, que, porém está sofrendo as pressões dos seus fidelíssimos que estão lhe convidando a reconhecer a vitória do seu adversário e de acordo com os últimos rumores, o próprio magnata já estaria pensando nas eleições de 2024.

As  mídias de todo o mundo, sobretudo a grande imprensa, estão porém todos loucos por ela, a sua vice, Kamala Harris. Nasceu em 1964, de mãe indo-americana e pai de origem jamaicana, tendo estudado na Howard University e no Hastings College of the Law de San Francisco, já exerceu o cargo de promotora distrital de San Francisco, a expoente democrática ainda não – como é óbvio – cumpriu nenhum ato formal, mesmo se está afirmando como a queridinha progressista global. Coisa que, em parte, é também compreensível.

Sim, porque a Harris encarna perfeitamente os cânones do progressismo: o multiculturalismo, o feminismo 2.0, o anticlericalismo, o apoio à cultura de gênero e ao abortismo mais extremo. Exagerações? Infelizmente não. Basta pensar em como, quando era promotora geral da Califórnia, a mulher – que tem fama de ser durona e determinada – defendeu o colosso abortista Planned Parenthood de sombras muito pesadas, a partir da acusação de venda de partes de crianças abortadas, em aberta e total violação de diversas leis federais. Todas as coisas das quais, é claro, existem filmes registrados em terras californianas.

Não obstante isso, a Harris anunciou que teria investigado os jornalistas do Center for Medical Progress (CMP, responsáveis de ter documentado o  mencionado horror (que muitos, evidentemente, queriam manter oculto), ao invés de investigar a Planned Parenthood, que de fato destinou a Biden e sócia uma contribuição para sustentação eleitoral de 45 milhões de dólares, não pouca coisa. Mas, retornemos à nova vice-presidente, a qual, como senadora, se distinguiu também por ter literalmente pressionado Brian Buescher, nomeado juiz distrital federal em Nebraska.

O motivo pelo qual Harris tinha se dirigido a Buescher é a sua pertença aos Cavaleiros de Colombo, que não é uma organização terrorista, nem uma perigosa seita, mas sim uma fraternidade católica com, entre outras coisas, um século de história e que, com dois milhões de membros, promove atividades de caridade. Não obstante isso, a política dem se lançou contra Buescher, perguntando-lhe se fosse “conhecedor do fato que os Cavaleiros de Colombo se opuseram à igualdade matrimonial” – oposição que vem evidentemente por ela vista como horrível -, quando este tinha se unido à fraternidade.

Sim, porque além de abortista convicta, a nova vice-presidente – como já se acenava – é uma financiadora dos movimentos Lgbt e declarou com orgulho de ter ela mesma celebrado matrimônio gay. Não somente. A nova vice-presidente publicamente se orgulha, não faz muito tempo, de ter obrigado, quando era promotora, as empresas de propriedade religiosa e os centros para a gravidez pró-vida a agir contra a própria consciência. Temos o que fazer com uma abortista, inimiga da família natural – batalha que compartilha com o movimento Black Lives Matter, que a Harris apóia com convicção – e além do mais anticristã.

O único aspecto que parece tornar a nova estrela do progressismo mundial aceitável também por alguns cristãos é o seu ser a favor das portas abertas, ou melhor, escancaradas para a imigração, para o reconhecimento dos clandestinos e pela destruição de qualquer muro, barreira ou confim como queira chamar. Agora, prescindindo de como pense sobre este último tema – que, por inciso, por quanto relevante não serve entre aqueles eticamente não negociáveis – é todavia gritante como temos o que fazer com uma representante das instituições  opostas a tudo isso que sabe que é de direito natural, personalismo ontológico e ética cristã.

Com efeito, em relação à Harris até mesmo alguém como Joe Biden – cujo diversos sacerdotes católicos, nos meses passados, negaram a comunhão exatamente pelo seu orgulhoso e reivindicado abortismo – corre o risco de passar como um moderado; o que , infelizmente, é real.  Resulta como os próximos quatro anos, para qualquer um que tenha no coração os valores da vida, das famílias e da liberdade religiosa, correm o risco de ser muito, muito, complicados; sobretudo, pelo papel que Kamala Harris fará de tudo para ter contra estas instituições.

Fonte: https://www.provitaefamiglia.it/blog/con-joe-biden-il-vero-ed-enorme-pericolo-si-chiama-kamala-harris-abortista-e-pro-lgbt-ecco-chi-e-la-vice-presidente

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Ennio Morricone, quando a fé se faz música

Tommaso Scandroglio

Ennio Morricone morreu com o conforto da fé. Compositor católico, conhecido pelas suas composições, dos faroestes, de Era uma vez na América e de A missão, era antes de tudo um homem de fé que exprimia na música a própria espiritualidade. Ainda que esnobado pelos críticos compôs também muitas obras de música contemporânea, que era a sua verdadeira paixão e que ele definia absoluta.

 

Em uma nota da família se lê que Ennio Morricone morreu na madrugada de 6 de julho em Roma com o conforto da fé. Esta é talvez a notícia mais relevante dentro da notícia do falecimento do compositor romano: Morricone deixou esta terra com o conforto da fé, expressão que, assim queremos esperar, queira dizer com o conforto dos sacramentos.

E por falar do autor das músicas de Per un pugno di dollari e de C’era una volta in America começamos pela sua relação com Deus, porque todo o resto é secundário, também para os homens de grande talento como ele. Em uma entrevista dada em 2015 à revista Famiglia Cristiana assim Morricone falava da educação católica que tinha recebido: Venho de uma família cristã. A minha fé nasceu na família. Os meus avôs eram muitos religiosos. Com minha mãe e as minhas irmãs sempre rezamos antes de ir dormir. Recordo o período da guerra. Durante aqueles terríveis a nos rezávamos o rosário. Éramos todos muitos impressionados. Recordo-me sonolento respondendo as Ave-Marias de minha mãe. Sempre fomos religiosos. No Domingo íamos à Missa e nos aproximávamos do sacramento da Comunhão. Uma fé que, mesmo com algum reflexo de cristianismo social, era viva ainda na idade madura: Eu rezo uma hora por dia, mas também mais. É a primeira coisa que faço. Também durante a jornada, por acaso. Pela manhã paro diante daquele Cristo (e indica uma imagem de Jesus presente na sala). E também à noite. Espero que as minhas orações sejam escutadas.

Depois uma pergunta sobre a relação entre a música e Deus: A música é certamente próxima de Deus – responde o maestro – A música é a única verdadeira arte que nos aproxima verdadeiramente do Pai eterno e da eternidade. Se os olhos são o espelho da alma, para Morricone também a sua música o era e revelava muito dele: Luciano Salce, cineasta para quem musiquei diversos filmes, um dia me chamou e disse: Devo deixar-te. Por que?. Éramos amigos e permanecemos amigos até a morte. Porque eu faço filmes cômicos e você faz uma música espiritual, sacral. Devo deixar-te por força. Este episódio me marcou muito. Graças a ele comecei a pensar sobre isso. Provavelmente às vezes exprimo sacralidade também quando não a procuro ou não penso nela. Se por uma parte algumas suas músicas exprimem implicitamente uma tensão para o transcendente, outras suas composições se inserem intencionalmente no repertório sacro. Pensemos por exemplo Amen, Missa Papae Francisci, Una Via crucis.

Se citas Morricone, citas trilhas sonoras para filmes, mas na realidade o compositor romano abrangeu muitos gêneros e fez arranjos em canções muito célebres como, entre muitas, Sapore di sale, Il mondo, Se telefonando. Entre estes gêneros aquele que cultivava com mais paixão era a música contemporânea, que ele chamava música absoluta, talvez porque, nas suas intenções, tinha valor por si mesma, sem necessidade de um filme para que fosse escutada. Se por duas vezes vencedor do Óscar, a música contemporânea que ele escreveu foi sua jóia mais preciosa, ela foi essencialmente desprezada pelos críticos, seus colegas compositores e pelo público. Este último entra compreensivelmente em êxtase por Gabriel’s oboe, peça famosa que retorna mais vezes no filme A missão e cuja melodia dá prova, junto a muitas outras trilhas sonoras, sobre como Morricone fosse um dos herdeiros mais dignos de hoje do belo canto italiano. Certamente o grande público não se aventura em escutar os seus concertos para instrumentos e orquestra ou peças como Frammenti di Erossu ou as músicas para balés Requiem per un destino, composições das quais ignora muito provavelmente até mesmo a existência (no YouTube o número de ouvintes chega a uma centena contra o milhão e trezentos mil de Gabriel’s oboe).

Agora se o senhor Rossi despreza o Morricone autor de músicas contemporâneas porque não é assim tão cativante como as suas trilhas sonoras, o ambiente que gravita ao invés à assim chamada música contemporânea o olhou sempre com desconfiança pelo motivo oposto: uma música somente aparentemente culta, mas na realidade muito utilizável, muito melódica, muito potável (se és compreensível, não és culto),  privada de dissonâncias, tropeços, dores e gritos que deveriam ser uma marca de garantia para quem quer escrever hoje música séria. E de fato o Nosso tinha estudado na escola de Goffredo Petrassi e substancialmente a instalação de seus trabalhos – diante de qualquer experimentação – era tonal, portanto audível. Uma verdadeira blasfêmia, sobretudo pensando nos anos em que Morricone se formou e iniciou a escrever, anos em que se impunha a dodecafonia, o estruturalismo, o minimalismo. Além dos ambientes acadêmicos não lhe perdoaram jamais o seu vender-se e vulgarizar-se com as músicas pop para os filmes. Uma pessoa indesejável, um pária, em boa substância, nos ambientes que contam.

De sua parte, Morricone jamais escondeu que começou a escrever música para filmes para ganhar o pão (Petrassi detestava esta sua escolha porque impura) e assim ser capaz de escrever música culta.   Mas a fama lhe vem da produção popular e não parou mais como compositor contemporâneo. Um paradoxo: um homem que foi elogiado a nível mundial pelo público e pela quase totalidade dos cineastas, que venceu dezenas e dezenas de prêmios e que marcou para sempre a história da produção musical para a grande tela, não encontrou quase nenhum reconhecimento pelas obras que ele julgava de maior mérito.

Perguntamos-nos então se morreu com este arrependimento, com o arrependimento de ter passado para a história pelo O bom, o bruto, o mau e não pelas 4 Anamorfose latinas. Talvez não a julgar pelo seu caráter humilde que o levou a pedir exéquias em forma privada, porque – assim deixou escrito no seu testamento – não quero perturbar.

Sugerimos escutar esta homenagem feita pelo músico Hauser a Ennio  Morricone: https://www.youtube.com/watch?v=KYlHiACHGiU


 

Ou ainda se preferir: https://www.youtube.com/watch?v=oag1Dfa1e_E


 

Filme “A missão”: https://www.youtube.com/watch?v=ILaWuZl4HkA


 

Fonte: https://www.lanuovabq.it/it/ennio-morricone-quando-la-fede-si-fa-musica