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terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Aquilo que temos é graças à civilização cristã

Rino Cammilleri

O que seria o mundo sem o cristianismo e a civilização que este gerou? Esta pergunta foi respondida muitas vezes e de modo exaustivo, mas a memória é talvez a coisa mais fugaz que exista, mesmo porque é a mais facilmente passível de ser corrompida. Por isso, incansavelmente, recordamos como era o mundo antes de Cristo e, visto que existimos, damos uma olhada para aquelas partes do mundo em que Cristo não está. O mundo não cristão, seja ateu, seja budista, seja hinduísta ou muçulmano, nos impressiona por sua natureza estática.

Mais “integral” está, e mais parado há milênios. Somente para recordar um exemplo, as zonas em que está vigente a sharia vivem ainda no VII século e, não têm a intenção de se distanciar, pelo contrário. Pegaram da civilização cristã as descobertas tecnológicas, mas rejeitaram o resto, vivendo uma vida totalmente difícil: se és mulher, mesmo que tenhas o automóvel, não podes dirigir. Na África, onde os missionários cristãos não se estabeleceram, as bruxarias e as mais severas superstições continuam sendo praticadas, ao ponto de matarem os albinos, os “vampiros” e até os calvos.

Uma existência esquizofrênica se constata lá nesses lugares da Ásia onde Cristo é expulso, mas não a televisão. Os países ainda comunistas não rejeitaram a civilização cristã, de fato, eles existem devido a Marx, que é um dos frutos do século XIX das heresias seculares pós-jacobinas. E até mesmo os jihadistas são devidos ao jacobinismo do “terror”, e aos protestantes americanos do “fundamentalismo”. Antes de Cristo, a humanidade era (não) igualmente dividida entre livres e escravos, com os segundos que atuaram como um animal de carga ou entretenimento para os primeiros. Sempre foi assim e todos, até mesmo o grande Aristóteles, consideravam que fosse justo assim.

As mulheres eram propriedade do pai e do marido depois.Compradas e vendidas, objeto de contratação, esposas-crianças não tinham nem mesmo o direito ao nome próprio: até os romanos mais civilizados davam às filhas, quase sempre únicas, o nome genérico de gens; se a gens era Otávia, a filha se chamava Otávia, se era Júlia, se chamava Júlia. O aborto era normal e reconhecido legalmente. O aborto seletivo, a prejuízo das fêmeas, também. Todas estas coisas, é verdade, retornaram à moda com força, mas hoje pelos menos alguém se sente indignado, antes era pacífico.

Os doentes? Durante a peste de Alexandria, dizem as crônicas, os pagãos se escandalizavam do fato de que os cristãos assistissem os acometidos pela peste e cuidassem deles. Os cristãos organizavam a sua “caridade” e eis o surgimento dos hospitais. A rejeição ao aborto trouxe a primavera demográfica depois que o Império romano estava morto exatamente pelo controle da natalidade. Os primeiros mártires cristãos foram assassinados porque tinham ousado reivindicar, rejeitando as núpcias impostas, a sua personalidade e liberdade. Os séculos cristãos tiveram uma infinidade de rainhas, ou seja, a mais alta função de estado.

Para os romanos, a mulher servia somente para uma coisa: «domo mansit, lanam fecit» (para permanecer em casa fiando a lã), assim se lia nas tumbas das matronas, e era um elogio excessivo. Inventar algo de tecnológico? E por quê? Havia os escravos. Em suma, graças à Boa Nova, a humanidade floresceu, e é exatamente à civilização cristã que devemos as nossas casas aquecidas, a abundância de alimento e bens, os direitos. Agora, eis um Dizionario elementare della civiltà cattolica. Scoperte. Conquiste, Traguardi  (a cura di G. Barra, M. A. Iannaccone, M. Respinti, ed. Istituto di Apologetica, pp. 545, €. 25) – Dicionário elementar da civilização católica. Descobertas, Conquistas, objetivos (editado por G. Barra, M. A. Iannaccone, M. Respinti, ed. Istituto di Apologetica, pp. 545, €. 25) – para ser consultado e ter entre as obras mais caras da nossa biblioteca. Impossível de resumir aqui, mas traz exatamente tudo, voz por voz. Também o subscrito participou compilando a voz relativa a Pio XII e ao reconhecimento que a ele foi dado pelos hebreus salvos pela Igreja no tempo do nazismo. É possível solicitar também a info@iltimone.org. Não perca esta oportunidade.


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