Giulia Tanel
Na China, a perseguição contra os
fiéis se faz sempre mais forte. Na ordem temporal, uma das últimas medidas
foi a emanação, em 10 de setembro
passado, das Medidas para a gestão das
informações religiosas na Internet. Em concreto, apresenta a Cna, estas novas regras determinam que “aqueles
grupos ou igrejas que desejam manter um site religioso terão necessidade de uma
licença dada pelo governo que certifique que o conteúdo é politicamente
aceitável. A evangelização on line é severamente proibida, assim
como os materiais destinados à conversão dos leitores. O material de
catequese ou instrução não pode ser publicado online, como também deve ser
limitado às redes internas às quais se acessa com nome de usuários e senhas
registradas”. Limitando a análise somente ao mundo católico chinês, isto
significa que para 12 milhões de católicos será sempre mais difícil antes de
tudo cultivar a própria fé, alcançando conteúdo formativo, mas também ser “a luz
do mundo” (Mt 5,13) para a conversão de tantos corações.
Tudo isso é realizado em favor da
afirmação do credo político comunista e da identidade nacional. É de fato esta
direção imposta pelo presidente Xi Jinping, e acelerado desde fevereiro
deste ano, com “amplas mudanças na política religiosa do governo”,
influenciadas também por um contextual aumento de poder do presidente, depois
de algumas revisões a nível constitucional. Esta nova direção levou, nos últimos meses, ao fechamento de várias
igrejas, à proibição para as crianças “de frequentar os serviços religiosos”, a
queimar Bíblias e até a episódios de “cristãos obrigados a assinar declarações
de renúncia da própria fé”.
A propósito Bob Fu, fundador e presidente da China Aid, organização não governamental cristã sem fim lucrativo
que se concentra na sensibilização sobre abusos dos direitos humanos, declarou:
“Agora que o Partido Comunista Chinês começou a queimar Bíblias e obrigar
milhões de pessoas de fé cristã e de outras minorias religiosas a assinar até
mesmo um compromisso escrito para renunciar suas crenças religiosas de base, a comunidade internacional deveria
alarmar-se e ofender-se por esta evidente violação da liberdade religiosa e
pedir ao regime chinês de parar e remediar esta perigosa rota”.
Como se percebe desta declaração,
a ser ameaçados na sua liberdade fundamental não são somente os cristãos, mas
também alguns grupos muçulmanos.
E que a situação seja alarmante é
dito também em um relatório publicado pela Human Rights Watch, em
9 de setembro, no qual considera que o
governo criou uma rede de “campos de educação política”, que conta já milhares
de pessoas detidas. Um dado que suscitou a atenção da América, que
está pensando em “tomar em consideração a imposição de sanções à China em
resposta ao programa de detenção e reeducação”.
O que a China está procurando
fazer, de fato, além de ser como foi dito um violento ataque à liberdade, é até
mesmo uma tentativa de anular a identidade das pessoas. Deseja-se impor um
modelo de vida de modo que não seja possível pensar de existir fora de
determinados parâmetros decididos pelo governo, que obviamente não contemplam a
possibilidade de levar adiante um credo religioso (cristão ou muçulmano, pouco
importa) e uma identidade que não seja a nacional. Um projeto que, como
declarado ao New York Times pelo
senador Marco Rubio, está se realizando “em uma escala que não estou
seguro de ter visto na era moderna”.
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