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terça-feira, 11 de setembro de 2018

Fake news? Uma farsa


 

A maior notícia totalmente falsa no mercado é esta: a tentativa de fazer-nos crer que existam notícias totalmente falsas, chamadas de fake news, que infestam a verdadeira informação e deturpam a verdade das coisas.

Na rede circulam notícias falsas? Certamente. Mas quem possui o direito de estabelecer o que se possa dizer e o que não? Por qual motivo submeter a rede à mordaça, a leis diferentes daquelas que já existem contra a difamação e calúnia?

Na rede, esta é a verdade, junto às fake News existem vozes alternativas, frequentemente de muita credibilidade (penso no blog de Marcello Foa e Fulvio Scaglione, em quotidianos on line como La nuova Bussola quotidiana e l’Occidentale…) que fazem um jornalismo frequentemente muito mais sério que aquele do regime. 

Aos censores, assustados pelo fato de que a rede torna mais democráticos publicações e acesso às notícias, seria necessário recordar que pelo menos há vinte anos, para não ir muito para trás, as fake News mais inacreditáveis, os “alarmes infundados” mais absurdos (para utilizar as mesmas palavras do projeto de lei repressivo), eram propostas a nós exatamente pelas fontes com mais “credibilidade”: os governos, as televisões de estado, os grandes jornais.

Algum exemplo? Muitos recordarão a primeira guerra do Golfo, quando Il sabato (jornal italiano, ndt) em 23 de março de 1991 dedicou um artigo significativo intitulado De bello ballico.

Então o governo Usa, e depois todos as grandes mídias ocidentais, em coro, nos disseram que Saddam Hussein guiava o “quarto exército do mundo”; que possuía “depósitos de armas químicas” e de armas “de destruição de massa” que colocaria em perigo a Europa e os Estados Unidos. Por meses fomos bombardeados por uma propaganda absolutamente falsa, enquanto as vozes alternativas e críticas não encontravam espaço, sendo a rede, naquele período, usada por poucos. Durante a guerra, as televisões nos fizeram ver telejornais em que cenas do filme Top gun de Tom Cruise eram passadas por imagens da guerra em curso; uma ave marinha coberta de petróleo girou o mundo para simbolizar o desastre ambiental provocado pelo pérfido Saddam, mas se tratava de uma imagem de outra guerra, a do Irã e Iraque, acontecida dez anos antes!

E a segunda guerra no Iraque? Em 5 de fevereiro  de 2003, o então secretário de Estado dos Usa Colin Powell fez um discurso no Conselho de Segurança das Nações Unidas no qual falou de fantasmagóricas armas bacteriológicas possuídas pelo Iraque. Com grande ênfase mostrou aos representantes dos outros países uma ampola que continha um pó branco, o antraz, e explicou que Saddam poderia produzir e usar contra o Ocidente quantidades enormes daquele pó mortal. Por muitos dias a mídia difundiu e amplificou a imensa mentira de Powell, criando uma verdadeira e própria psicose e ajudando assim a legitimar uma segunda guerra no Iraque.

Ainda assim muitas pessoas se deram conta de que estavam mentindo, e com bem pouca fantasia: reciclando acusações velhas e desacreditadas. Mas também em 2003 a rede não tinha ainda a força de hoje, e as vozes críticas permaneciam isoladas, obscurecidas.

Tanto que em 2013 Obama nos provou de novo, temendo uma sua necessária intervenção na Síria, por causa das possíveis armas químicas de Assad!

Ditador, ditador! Armas químicas, armas de destruição de massa! Guerra humanitária, exportação da democracia!”. Com estes slogans e estas mentiras atômicas, difundidas não certamente pela rede, mas por governos e mídias principais, o mundo se incendiou, fazendo passar de uma guerra à outra (Iraque, Afeganistão, Líbia, Síria...), uma pseudo revolução popular a outra (revolução laranja, alegada primavera árabe...).

Mas chegamos ao limite, e o povo não suporta mais; não crê mais naqueles que, como Hillary Clinton, anunciam: “sem mim, haverá o Apocalipse”; não obedece mais aos alarmistas de profissão que dos púlpitos oficiais preveem, em caso de Brexit, o dilúvio universal, ou, em caso de derrota de Matteo Renzi (foi primeiro ministro italiano, ndt), o naufrágio da Itália no Mediterrâneo.

As mídias oficiais vão por um lado, em massa, e o povo vai por outro lado. “Que maldição” – disseram os poderosos do mundo -, aqui o povo na rede se informa, discute, se confronta, escuta vozes livres... Não podemos mais permitir!”: com um só voz Google, Facebook, e muitos políticos, em vários países, começaram a reivindicar as razões da Verdade. Aquela absoluta, possuída (somente) por eles.


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