A maior notícia totalmente falsa
no mercado é esta: a tentativa de fazer-nos crer que existam notícias
totalmente falsas, chamadas de fake news, que infestam a verdadeira
informação e deturpam a verdade das coisas.
Na rede circulam notícias falsas?
Certamente. Mas quem possui o direito de estabelecer o que se possa dizer e o
que não? Por qual motivo submeter a rede à mordaça, a leis diferentes daquelas
que já existem contra a difamação e calúnia?
Na rede, esta é a verdade, junto
às fake News existem vozes alternativas, frequentemente de muita credibilidade
(penso no blog de Marcello Foa e Fulvio Scaglione, em quotidianos on line como La
nuova Bussola quotidiana e l’Occidentale…) que fazem um jornalismo frequentemente muito mais sério
que aquele do regime.
Aos censores, assustados pelo
fato de que a rede torna mais democráticos publicações e acesso às notícias,
seria necessário recordar que pelo menos há vinte anos, para não ir muito para
trás, as fake News mais inacreditáveis,
os “alarmes infundados” mais absurdos (para utilizar as mesmas palavras do
projeto de lei repressivo), eram propostas a nós exatamente pelas fontes com
mais “credibilidade”: os governos, as televisões de estado, os grandes jornais.
Algum exemplo? Muitos
recordarão a primeira guerra do Golfo,
quando Il sabato (jornal italiano,
ndt) em 23 de março de 1991 dedicou um artigo significativo intitulado De bello ballico.
Então o governo Usa, e depois
todos as grandes mídias ocidentais, em coro, nos disseram que Saddam Hussein
guiava o “quarto exército do mundo”;
que possuía “depósitos de armas químicas”
e de armas “de destruição de massa”
que colocaria em perigo a Europa e os Estados Unidos. Por meses fomos
bombardeados por uma propaganda absolutamente falsa, enquanto as vozes
alternativas e críticas não encontravam espaço, sendo a rede, naquele período,
usada por poucos. Durante a guerra, as televisões nos fizeram ver telejornais em que cenas do filme Top gun de Tom Cruise eram passadas por
imagens da guerra em curso; uma ave marinha coberta de petróleo girou o mundo
para simbolizar o desastre ambiental provocado pelo pérfido Saddam, mas se
tratava de uma imagem de outra guerra, a do Irã e Iraque, acontecida dez anos antes!
E a segunda guerra no Iraque? Em 5 de fevereiro de 2003, o então secretário de Estado dos Usa
Colin Powell fez um discurso no Conselho de Segurança das Nações Unidas no qual
falou de fantasmagóricas armas bacteriológicas possuídas pelo Iraque.
Com grande ênfase mostrou aos representantes dos outros países uma ampola que
continha um pó branco, o antraz, e explicou que Saddam poderia produzir e usar
contra o Ocidente quantidades enormes daquele pó mortal. Por muitos dias a mídia
difundiu e amplificou a imensa mentira de Powell, criando uma verdadeira e
própria psicose e ajudando assim a legitimar uma segunda guerra no Iraque.
Ainda assim muitas pessoas se
deram conta de que estavam mentindo, e com bem pouca fantasia: reciclando
acusações velhas e desacreditadas. Mas também em 2003 a rede não tinha ainda a
força de hoje, e as vozes críticas permaneciam isoladas, obscurecidas.
Tanto que em 2013 Obama nos
provou de novo, temendo uma sua necessária intervenção na Síria, por causa das
possíveis armas químicas de Assad!
“Ditador, ditador! Armas químicas, armas de destruição de massa! Guerra
humanitária, exportação da democracia!”. Com estes slogans e estas mentiras
atômicas, difundidas não certamente pela rede, mas por governos e mídias
principais, o mundo se incendiou, fazendo passar de uma guerra à outra (Iraque,
Afeganistão, Líbia, Síria...), uma pseudo revolução popular a outra (revolução
laranja, alegada primavera árabe...).
Mas chegamos ao limite, e o povo
não suporta mais; não crê mais naqueles que, como Hillary Clinton, anunciam:
“sem mim, haverá o Apocalipse”; não obedece mais aos alarmistas de profissão
que dos púlpitos oficiais preveem, em caso de Brexit, o dilúvio universal, ou,
em caso de derrota de Matteo Renzi (foi primeiro ministro italiano, ndt), o
naufrágio da Itália no Mediterrâneo.
As mídias oficiais vão por um
lado, em massa, e o povo vai por outro lado. “Que maldição” – disseram os
poderosos do mundo -, aqui o povo na rede se informa, discute, se confronta,
escuta vozes livres... Não podemos mais permitir!”: com um só voz Google,
Facebook, e muitos políticos, em vários países, começaram a reivindicar as
razões da Verdade. Aquela absoluta,
possuída (somente) por eles.
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