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terça-feira, 29 de janeiro de 2019

TEMPOS MODERNOS: Suicídios, o mal obscuro da época pós-cristã



Entre as maravilhas que nos trouxe a modernidade existe também esta: uma espantosa taxa de suicídios. Na Idade Média, quando a vida era infinitamente mais dura, o fenômeno era praticamente desconhecido. Mas eram os séculos cristãos e a Igreja cumpria o papel de guardiã. Hoje, em época pós-cristã, a vida terrena é tudo, e não existe nada depois. Por isso, se a sua “qualidade” não me satisfaz, a jogo fora.


Entre as maravilhas que nos trouxe a modernidade existe também esta: uma espantosa taxa de suicídios. Na Idade Média, quando a vida era infinitamente mais dura, o fenômeno era praticamente desconhecido. Mas eram os séculos cristãos e a Igreja cumpria o papel de guardiã.  Somente no Japão a prática do suicídio era estimada e considerada honrada. Na cristandade, ao contrário, era o pecado mais reprovado, tanto que a pessoa não merecia nem os funerais, em sepultura em cemitérios. 

Mudou tudo, mesmo se a mudança mais significativa e vistosa não é tomada em consideração pelas estatísticas, nem mesmo pela sociologia. Escrevo em um momento em que um jovem que conhecia, que recebeu um diploma recentemente, jaz morto em um necrotério de Milão. Se jogou pela janela, associando-se a quatro mil suicídios anuais que são registrados em nosso País. E aumentando a outra estatística, aquela que vê o suicídio como segunda causa de morte entre os jovens dos quinze aos vinte e nove anos. A primeira são os acidentes nas estradas, visto que a juventude é o tempo da plenitude das forças e, portanto, o tempo em que dificilmente se morre de morte natural. 

E na Itália, por assim dizer, ainda está bom. Entre as nações industrializadas possui uma das taxas de suicídios mais baixas: “somente” 4 mil suicídios por ano. Na Europa, um dos piores é a Bélgica que, entre suicídios, abortos e eutanásias, caminha para esvaziar-se de belgas e encher-se de muçulmanos. Na Inglaterra, o governo teve que dotar-se de um quase-ministério ad hoc, com um subsecretário da Saúde destinado para a prevenção do suicídio britânico, que desde 2010 cresceu 67%: um galope monstruoso que atinge os homens abaixo dos quarenta e cinco anos. Para esta faixa de idade, no Reino Unido, o suicídio é a primeira causa de morte. Mesmo. Como se os ingleses, depois do futebol e dos dardos, tenham inventado este outro hobby. Dissemos homens, porque são os machos aqueles que se suicidam mais (...), quase o dobro das fêmeas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde no mundo, uma outra pessoa retira a vida a cada 40 segundos. E os suicídios tentados são vinte vezes mais numerosos. Sem contar que, frequentemente, o tentado suicida de hoje é o suicida-suicida de amanhã, porque existe, uma danada coação a repetir neste campo. O fascismo, que possuía os meios, vetava os jornais de trazer as notícias de suicídios, enquanto existe um efeito-imitação, como bem sabem os cronistas: quando falam de um suicídio, quase certamente no giro de uma semana chegam os imitadores com as mesmas modalidades. O mesmo vale, estatisticamente falando, para quem teve um suicídio em família.

Hoje. Em época pós-cristã, a vida terrena é tudo e, não existe nada depois. Por isso, se a sua “qualidade” não me satisfaz, a jogo fora. Depois? A Igreja nos repete, hoje, que existe a “misericórdia” (cancelando assim o temor). Portanto, não mais inferno. Será verdade? Esperemos que sim. Do resto, na era do psicofármacos não se pode nem mesmo dizer com certeza se um suicida tenha cometido o seu pecado (porque isto é) com “plena advertência e deliberado consenso” como quer o Catecismo. 

Certo que uma sociedade em que uma das principais causas de morte é o suicídio e um dos principais itens farmacêuticos tem a ver com os psicofármacos seria de repensar uma planta saudável, visto que o “progresso”, e não somente aquele tecnológico, levou a humanidade a este ponto. Seria de ré-evangelizar. Com a “misericórdia”? Bem, aos que virão (se estes existirem) a árdua sentença.


Fonte: http://www.lanuovabq.it/it/suicidi-il-male-oscuro-dellepoca-post-cristiana

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

CREMAÇÃO


Padre, certo dia, eu e minha mãe, estávamos no sepultamento da mãe de um companheiro de missão, quando comecei a conversar com algumas pessoas que lá estavam. Eu falava que quando morresse gostaria que meu corpo fosse cremado... fui recriminado imediatamente por uma jovem senhora, que estava na conversa. Ela começou a explicar que não era certo um católico ser cremado depois de morto. Depois desse dia, não quis mais saber de ser cremado, mesmo não entendendo bem a explicação dela. Gostaria que o senhor me respondesse, por que essa prática não é correta... creio que muitos têm essa mesma duvida.



RESPOSTA - O que é a cremação? É a prática de reduzir a cinzas, através do fogo, um cadáver. Trata-se de uma prática muito antiga entre os não cristãos. Esse costume não é típico dos cristãos; entre nós, o costume é o de inumação (sepultamento).
 
Nos dias de hoje sabemos que um número sempre crescente de pessoas opta por tal prática; também entre cristãos isso vai se tornando “comum”, acredito que motivados pela decisão de algumas pessoas famosas, as quais antes da morte pedem para que sejam cremadas, fato que é sempre destacado pela mídia.

Há situações as quais entendemos que permitiriam a cremação: No passado, tivemos situações de epidemias em algumas regiões, fato que obrigava a cremação dos corpos para evitar contaminação. Podemos pensar também em situações em que o corpo foi acidentalmente queimado. Hoje poderíamos pensar em situações como a de cidades com milhões de habitantes; ali talvez a cremação seja uma solução pelo problema do espaço. Numa situação assim, talvez a cremação seja o meio mais econômico; mesmo se aqui entre nós esta opção parece ser a via mais cara.

A Igreja recomenda vivamente a prática da inumação, ou seja, o sepultamento dos corpos dos fiéis defuntos a exemplo de Cristo que foi sepultado. Contudo não proíbe a cremação, contanto que esta opção não tenha sido feita com a intenção de negar ou colocar em dúvida a fé na Ressurreição dos corpos ou por ódio contra a fé. 

Recordemos que as cinzas, nesse caso, devem ser conservadas nos cemitérios e não jogadas em determinados lugares, como por exemplo, o mar, montanhas ou florestas; nem devem ser conservadas em casa ou no jardim. O fato de conservar a urna em casa poderia degenerar em formas de fetichismo ou de idolatria para com os defuntos.

O Código de Direito Canônico assim diz (também o Catecismo da Igreja no número 2301 afirma o mesmo ensinamento):

DAS EXÉQUIAS ECLESIÁSTICAS 

Cân. 1176 — § l. Devem fazer-se exéquias eclesiásticas aos fiéis defuntos, segundo as normas do direito. 

§ 2. As exéquias eclesiásticas, com as quais a Igreja implora o auxílio espiritual para os defuntos e honra os seus corpos, e ao mesmo tempo leva aos vivos a con­solação da esperança, devem celebrar-se em conformidade com as leis litúrgicas. 

§ 3. A Igreja recomenda vivamente que se conserve o piedoso costume de se­pultar os corpos dos defuntos; mas não proíbe a cremação, a não ser que tenha sido preferida por razões contrárias à doutrina cristã.

Entendamos também que a prática da cremação pode carregar concepções panteístas ou naturalistas. Além do mais, o fato de jogar as cinzas na natureza (mar,  montanhas...) impede a possibilidade de exprimir com referência a um lugar preciso a dor pessoal e comunitária. Isso também torna mais difícil a recordação dos mortos, extinguindo-os; para as gerações sucessivas a vida daqueles que os precederam desaparece sem deixar traços. Recordemos que para a fé cristã, mesmo depois da morte, a pessoa humana conserva a própria identidade e a própria individualidade, ela não se dispersa no universo. Não podemos perder o lugar comum da memória dos fiéis defuntos que é o túmulo, a sepultura grávida de afetos, de esperança ultraterrena, de atos de fé na ressurreição.

Há um outro detalhe: a cultura do mundo atual é estranha à morte a ao morrer. A morte se tornou obscena, não se deve falar dela entre as pessoas “de bem”, pois entra na categoria da infâmia. E quando este fato acontece inevitavelmente, deve ser banido o quanto antes. Observe o que fizemos na liturgia ao retirarmos a cor preta dos paramentos; não seria isso uma influência desta mentalidade na liturgia da Igreja? Mas também a própria cor é evitada por muita gente no dia-a-dia.

Esta censura da morte, portanto, se reverte sobre a questão da sepultura, ao procurarmos formas de anular esta realidade. Primeiro as cinzas, evitando o cemitério, passando de uma dimensão social da morte (simbolizada nos cemitérios) para uma gestão privada e escondida deste mistério. Tenta-se ocultar este fato ao ponto de buscar abolir também o que significa a memória.

Para o cristão, deve ser familiar e sereno o pensamento da morte e a memória dos fiéis defuntos; por isso, ele deve procurar não aderir interiormente a tais práticas. Nem mesmo a questão econômica deve ser critério. Devemos eliminar o comércio que se criou em torno deste fato, sem falar da busca do lucro exagerado que envolve os funerais (velórios, sepultura, túmulos, ornamento...). 

Pode ser uma solução o retornar à prática antiga de fazer o velório em casa ou nas capelas, como também a prática antiga e muito cristã da sepultura na terra, com túmulos marcados com uma cruz simples que traz o nome do defunto escrito.

Em poucas palavras: a cremação é uma prática que não pertence à tradição cristã.



quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Verdade silenciada: Aborto e câncer de mama, até 151% de riscos a mais


Uma meta-análise sobre 20 diferentes estudos mostra um risco de contrair um tumor na mama depois de um aborto provocado em torno a 151% a mais. A frente abortista se esforça para negar esta relação e, no entanto, dos USA chega a notícia de que o governador do Estado de New York quer legalizar de fato o aborto até o nono mês. Com o sustento de Hillary Clinton.



Os que sustentam o aborto livre, evidentemente disseminados também entre diversas associações médicas (não todas, claramente), fizeram nestes anos grandes esforços para negar as consequências que existe sobre o corpo e a psique da mulher a interrupção provocada do processo natural que vai do da concepção ao parto. Entre estas consequências uma das mais relevantes é a relação entre o aborto induzido e o maior risco de contrair câncer de mama.

No dia 7 de janeiro, a doutora Ângela Lanfrachi, docente de cirurgia e presidente do Breast cancer prevention institute (Bcpi, instituto para a prevenção do câncer de mama), recordou em um artigo no Life News os resultados dos estudos mais recentes em mérito à supracitada relação. A doutora Lanfranchi menciona antes de tudo a investigação  Epidemiology of breast cancer in Indian women conduzida por quatro pesquisadores (S. Malvia e outros) e publicada em fevereiro de 2017 pela revista especializada  Asia-Pacific Journal of Clinical Oncology.

Os quatro autores encontraram que o câncer de mama é a maior causa de morte nos decessos de origem tumoral e em particular, no período 1982-2005, a incidência de câncer na mama quase dobrou. Foi descoberto além do mais que as mulheres indianas doentes de câncer de mama são imediatamente 10 anos mais jovens que as mulheres ocidentais, porque a maior parte dos tumores na mama na Índia se registram em mulheres de 30-40 anos. Ao mesmo tempo, se deve recordar que o aborto provocado no grande País asiático foi legalizado em 1971, tornando-o disponível por uma ampla gama de razões.

Vista a quantidade de pesquisas sore o argumento, o Bcpi financiou uma meta-análise, Induced abortion as an independent risk factor for breast cancer: a systematic review and meta-analysis of studies on South Asian women, publicada na primavera de 2018 no semestral Issues in law & medicine. Esta meta-análise, uma técnica estatística que consente de integrar os resultados de mais estudos conduzidos sobre um mesmo argumento, tomou em consideração 20 pesquisas, 16 das quais realizadas com mulheres indianas. O resultado que veio é que existe um risco de contrair um câncer de mama depois de um aborto provocado que atinge 151% a mais.

A frente abortista nega a validade da correlação entre aborto provocado e câncer, afirmando que os chamados estudos retrospectivos que destacam tal relação  sofreriam de um recall bias, um “erro da memória”: o erro, segundo esta opinião, consistiria no fato de que as mulheres doentes de tumor de mama forneceriam mais detalhes (incluído um eventual procedimento abortivo feito no passado) para individuar a causa da patologia, enquanto as mulheres sadias, mesmo se tendo praticado um aborto, seriam menos inclinadas a dar informações sensíveis. O que, por caridade, pode também ser, mas para completar é preciso recordar também a possibilidade de um “erro” oposto, ou seja, que nem todas as mulheres com o tumor de mama mencionem um aborto passado.

Por isso, além destas considerações de sinal contrário e mesmo aceitado as margens de erro, o fato de emergir um percentual assim tão alto (151% a mais) deveria objetivamente solicitar uma reflexão séria sobre as consequências – silenciadas pela cultura hegemônica – do aborto. O maior risco de um tumor de mama é somente uma das tantas, para o restante basta ver o que significa a síndrome pós-aborto e a frequência dela.

Querendo explicar a relação entre aborto provocado e tumor de mama, se pode citar brevemente o que escreve em relação a isso o National cancer institute (Nci), ou seja, que a gravidez e o aleitamento “estão associados com uma redução do risco de câncer de mama. Além do mais, a gravidez e o aleitamento têm efeitos diretos sobre as células das mamas, causando nelas a diferenciação ou a maturação, em modo que possam produzir leite”. Logo depois, a Nci acrescenta: “Alguns pesquisadores defendem a hipótese que estas células diferenciadas sejam mais resistentes em transformar-se em células tumorais em relação às células que não têm logo diferenciação”. Para dizer com as palavras do conhecido ginecólogo e acadêmico Giuseppe Noia, fundador da ong pro vita Il cuore in una goccia: “Uma mulher que interrompe uma gravidez terá na mama muitos lóbulos não “maturados’ dos quais pode surgir um tumor”.

NOVIDADES (RADICAIS) DOS ESTADOS UNIDOS

Ainda assim, mesmo que o aborto comporte o assassinato de pelo menos uma vida humana e mesmo as recaídas da mesma mãe, o mundo assim chamado pro choice (pela “escolha”) assume vestes sempre mais satânicas e radicais, como demonstra por exemplo o recente vídeo em que a americana Amelia Bonow, que se tornou famosa por ter se orgulhado do seu aborto e frequentemente convidada por rádio e tv, conta para crianças que abortar é um pouco como ir ao dentista.

Sempre dos Usa chega a notícia que o governador do Estado de New York, o democrata Andrew Cuomo, prometeu de tornar ainda mais amplas as malhas da normativa abortista e para este fim empurra para o Reproductive health Act (Rha), que se aprovado tornaria praticamente legal o aborto até o nascimento. O projeto de lei, que os abortistas procuram fazer passar a 13 anos, prevê a possibilidade de abortar também para além das 24 semanas de gravidez nos casos em que - segundo o parecer do agente de saúde (healthcare practitioner), portanto não necessariamente um médico - a criança não seria capaz de sobreviver autonomamente fora do ventre (este fato, segundo a experiência médica, pode acontecer já depois da 21-24 semanas) ou em caso de perigo para a vida ou a saúde da mãe, aumentando excessivamente a arbitrariedade da decisão: já somente sob a sombra do termo “saúde” hoje se faz reentrar as mais variadas razões.

A dar apoio ao governador de New York foi Hillary Clinton, que no dia da Epifania publicou um tweet do seu colega de partido, incluindo hashtag   (#RHAin30days), para dizer que os democratas querem fechar a partida no giro de um mês. Outro projeto do ítalo-americano Cuomo é aquele de fazer passar uma lei que exigiria das seguradoras de fornecer uma cobertura contraceptiva gratuita. O governador chegou a ameaçar de não assinar em abril o balanço estatal enquanto não forem aprovados “o Reproductive health Act e a lei sobre cuidados contraceptivos”. Em suma, a cultura anti-vida tem prioridade: e estes personagens seriam aqueles que se dizem preocupados com a “saúde” das mulheres.
  

Fonte: http://www.lanuovabq.it/it/aborto-e-cancro-al-seno-fino-al-151-di-rischio-in-piu

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Existe uma ameaça espiritual por trás das previsões sobre o futuro


Giuliano Guzzo

Será o ano dos Peixes. O “ano das rupturas”. Um ano especial para entender que não será o suficiente para consultar as previsões do signo do zodíaco, mas será necessário fazer algo, tomando em atenta consideração também aquele do sinal ascendente no momento do nascimento. O ano de 2019 apenas começou e na televisão e nos jornais irrita a febre do horóscopo, como testemunha a onipresença de astrólogos que, com muita persuasão, explicam o que se deve esperar para o ano novo. Tudo bem, mas como deve colocar-se um católico diante deste festival mediático da astrologia? A resposta é: com enorme prudência, ou melhor, com aberto ceticismo.

Afinal, a astrologia – prática antiga que coloca suas raízes antes de Cristo em várias religiões pagãs, tendo como objetivo principal a predição do futuro baseando-se no movimento dos corpos celestes - deve ser tomada seriamente o explicava já Santo Tomás, o qual advertia que “da observação dos astros, não é possível retirar outra previsão dos eventos futuros, além daquelas que consiste em prever os efeitos a partir das suas causas”, com a consequência se “precisamos da observação dos astros para prever o futuro casual e fortuito, ou para predizer com certeza os acontecimentos humanos, isso se deve a uma opinião falsa e mentirosa”.

Uma explicação ainda mais clara e definitiva, sobre o tema, oferece o Catecismo, onde destaca: “A consulta dos horóscopos, a astrologia, a quiromancia, a interpretação de presságios e de sortes, os fenômenos de vidência, o recurso aos "médiuns", tudo isso encerra uma vontade de dominar o tempo, a história e, finalmente, os homens, ao mesmo tempo que é um desejo de conluio com os poderes ocultos. Todas essas práticas estão em contradição com a honra e o respeito, penetrados de temor amoroso, que devemos a Deus e só a Ele (n. 2116). Então é melhor ir devagar, quando você tem diante de si um conhecedor ou suposto conhecedor de estrelas.

Também porque, como explicou bem o padre e escritor José Antônio Fortea, fora de Deus (que é eterno e no eterno, portanto para além do tempo), ninguém pode verdadeiramente prever o futuro. Nem mesmo o diabo. Deste ponto de vista, satanás e os seus seguidores – que também são seres de enorme inteligência, muito superior à humana, para que compreendamos -  podem, no máximo, observar o que acontece na Terra e oferecer uma predição daquilo que poderia acontecer. Mas sem prever, de fato, nada.

De que nasce, então, a ameaça espiritual da astrologia? Simples: do atribuir a terceiros faculdades que somente o Onipotente possui. Com a consequência que, no momento em que passamos a acreditar nos horóscopos, Deus fica substancialmente redimensionado, como se fosse tornado previsível. Enquanto que, ao invés, existem coisas que somente Ele pode conhecer. Disto deriva, acrescenta o Padre Fortea, autor da Summa Daemoniaca, texto interessante sobre demonologia e exorcismos, que “os únicos que normalmente retiram benefícios das previsões de início e fim de ano, no final são “os impostores profissionais que são os primeiros a não acreditar e que sabem como dosar as suas previsões de maneira a não beliscar os dedos”.

Em efeito, é difícil não escutar com atenção um horóscopo sem permanecer tocado pela generalidade total das previsões que têm evidentemente a única intenção de fascinar, de atingir, de seduzir. Mas que concretamente, vendo bem, dizem pouco ou nada. Enquanto é concretíssimo o dinheiro que os astrólogos pedem para vender os seus livros ou para serem consultados; melhor então ficar longe também porque, como diz Padre Fortea, “nenhum cristão deveria jamais consultar este tipo de pessoas em nenhuma  circunstância” dado que “a consulta a um mago, vidente ou homem santo é sempre um pecado grave”.