Giuliano Guzzo
São ainda poucos, infelizmente,
até mesmo no mundo católico, aqueles que conhecem bem a história e o testemunho
de Padre Jerzy Popiełuszko (1947–1984), o sacerdote e mártir
polonês, assassinado há mais de três décadas e beatificado em junho de 2010, no
pontificado de Bento XVI, e ainda é menor, não tenhamos dúvida, o número
daqueles que sabem algo sobre Marianną Popiełuszko (1920-2013), sua mãe. E
é uma pena porque, como aquela do filho, também a sua é uma figura
decididamente luminosa, marcada por um testemunho de fé autenticamente vivida.
Ajuda a preencher este vazio
um belo livro de mais de 300 páginas intitulado Matka Świętego.
Poruszające świadectwo Marianny Popiełuszko, traduzível como “Mãe de um santo,
comovente testemunho de Marianną Popieluszko” (“Madre di un santo, commovente testimonianza
di Marianną Popieluszko”), da jornalista e escritora polonesa Milena Kindziuk.
Graças a esta obra podemos, de fato, descobrir mais sobre esta mulher corajosa,
falecida há poucos anos com venerados 93 anos, não antes, porém de ter
assistido à beatificação do amado filho Jerzy
Nascida na região rural de Bialystok
há quase um século, Marianna casou jovem – tinha 22 anos –, deu à luz cinco
filhos, entre os quais o sacerdote que se tornou um símbolo da resistência
durante os tempos escuros do regime comunista, e foi sempre uma mulher de
grande fé. A provar isso, as suas próprias palavras. Como quando afirmou: “A fé
em Deus vem antes de tudo. Sem Deus, a vida não tem sentido. Devemos nos
assegurar que esteja sempre presente em nós porque com a fé existe sempre uma
vitória”.
Uma clara confirmação do apego ao
Senhor, a senhora polonesa deu também quando esperava o seu terceiro filho,
Jerzy. Então, de fato, Marianną rezou intensamente para que Deus concedesse
ao pequeno que tinha no ventre a graça da vocação sacerdotal. Um pedido que
somente uma mãe de grande fé pode fazer e ao qual, evidentemente, o Onipotente
não deixou de corresponder, doando-lhe o filho que sonhava, mas também, como
sabemos, uma dor imensa.
Uma dor da qual a mulher falou
também no dia 6 de junho de 2010, por ocasião da beatificação de seu filho: “A
minha maior dor foi a morte de Jerzy”. Ainda assim, junto a estas palavras de compreensível dor, a senhora Popiełuszko
pronunciou outras não menos comoventes: “Eu não julgo ninguém, porque Deus é o
único juiz. A minha grande alegria será quando os assassinos de meu
filho se converterem”. Uma conversão pela qual a anciã a dezenas de
distância, procurava “rezar todos os dias”-“bem sabia que não existe nada de
mais importante na vida que a presença de Deus”.
A confirmação da grandeza da mãe
de Jerzy Popiełuszko nos chega das palavras de Milena Kindziuk, que curou o
livro. A escritora, de fato, declarou:
“Não teríamos jamais padre Jerzy sem a fé e a confiança da mãe Marianna, a qual
chegou a perdoar os assassinos do filho”. Foi Marianną Popiełuszko», acrescentou Kindziuk, “quem ensinou aos seus filhos
a fé e a oração. Tanto que, quando o filho Jerzy entrou no seminário, ela
disse de ter dado com todo o coração o seu filho à Igreja. Ao ponto que aprovou
todas as decisões dos superiores do filho, também aquelas que não a
convenciam”. O que dizer, senão que
temos algo para agradecer à senhora Popiełuszko. Por ter doado à Igreja uma
figura imensa como padre Jerzy e por ter ela mesma dado um testemunho de fé
grandiosa que, hoje mais que nunca, merece de ser redescoberta e tomada como
exemplo.
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