Pesquisar no blog

terça-feira, 11 de junho de 2019

«Marianną Popiełuszko. A mulher que perdoou os assassinos do filho mártir »



Giuliano Guzzo

São ainda poucos, infelizmente, até mesmo no mundo católico, aqueles que conhecem bem a história e o testemunho de Padre Jerzy Popiełuszko (1947–1984), o sacerdote e mártir polonês, assassinado há mais de três décadas e beatificado em junho de 2010, no pontificado de Bento XVI, e ainda é menor, não tenhamos dúvida, o número daqueles que sabem algo sobre Marianną Popiełuszko (1920-2013), sua mãe. E é uma pena porque, como aquela do filho, também a sua é uma figura decididamente luminosa, marcada por um testemunho de fé autenticamente vivida.

Ajuda a preencher este vazio um belo livro de mais de 300 páginas intitulado Matka Świętego. Poruszające świadectwo Marianny Popiełuszko, traduzível como “Mãe de um santo, comovente testemunho de Marianną Popieluszko”  (“Madre di un santo, commovente testimonianza di Marianną Popieluszko”), da jornalista e escritora polonesa Milena Kindziuk. Graças a esta obra podemos, de fato, descobrir mais sobre esta mulher corajosa, falecida há poucos anos com venerados 93 anos, não antes, porém de ter assistido à beatificação do amado filho Jerzy

Nascida na região rural de Bialystok há quase um século, Marianna casou jovem – tinha 22 anos –, deu à luz cinco filhos, entre os quais o sacerdote que se tornou um símbolo da resistência durante os tempos escuros do regime comunista, e foi sempre uma mulher de grande fé. A provar isso, as suas próprias palavras. Como quando afirmou: “A fé em Deus vem antes de tudo. Sem Deus, a vida não tem sentido. Devemos nos assegurar que esteja sempre presente em nós porque com a fé existe sempre uma vitória”.

Uma clara confirmação do apego ao Senhor, a senhora polonesa deu também quando esperava o seu terceiro filho, Jerzy. Então, de fato, Marianną rezou intensamente para que Deus concedesse ao pequeno que tinha no ventre a graça da vocação sacerdotal. Um pedido que somente uma mãe de grande fé pode fazer e ao qual, evidentemente, o Onipotente não deixou de corresponder, doando-lhe o filho que sonhava, mas também, como sabemos, uma dor imensa.

Uma dor da qual a mulher falou também no dia 6 de junho de 2010, por ocasião da beatificação de seu filho: “A minha maior dor foi a morte de Jerzy”. Ainda assim, junto a estas palavras de compreensível dor, a senhora Popiełuszko pronunciou outras não menos comoventes: “Eu não julgo ninguém, porque Deus é o único juiz. A minha grande alegria será quando os assassinos de meu filho se converterem”. Uma conversão pela qual a anciã a dezenas de distância, procurava “rezar todos os dias”-“bem sabia que não existe nada de mais importante na vida que a presença de Deus”.

A confirmação da grandeza da mãe de Jerzy Popiełuszko nos chega das palavras de Milena Kindziuk, que curou o livro.  A escritora, de fato, declarou: “Não teríamos jamais padre Jerzy sem a fé e a confiança da mãe Marianna, a qual chegou a perdoar os assassinos do filho”. Foi Marianną Popiełuszko», acrescentou  Kindziuk, “quem ensinou aos seus filhos a fé e a oração. Tanto que, quando o filho Jerzy entrou no seminário, ela disse de ter dado com todo o coração o seu filho à Igreja. Ao ponto que aprovou todas as decisões dos superiores do filho, também aquelas que não a convenciam”.  O que dizer, senão que temos algo para agradecer à senhora Popiełuszko. Por ter doado à Igreja uma figura imensa como padre Jerzy e por ter ela mesma dado um testemunho de fé grandiosa que, hoje mais que nunca, merece de ser redescoberta e tomada como exemplo.



Nenhum comentário:

Postar um comentário