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quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Cenários: Socialistas unidos para desestabilizar a América Latina



Foro de São Paulo e Grupo de Puebla: de Cuba e Venezuela chega o impulso para unir todos os movimentos socialistas e revolucionários da América Latina para comandar os protestos nos países guiados por governos de centro direita, acusados de imperialismo. Chile, Equador, Colômbia e Perú. Os países que denunciaram já infiltrações do exterior. A satisfação de Maduro: Até agora atingimos todos os objetivos.



No mês de julho passado, aconteceu em Caracas o XXV Encontro do Foro de São Paulo e no mesmo mês 30 líderes de esquerda da América Latina e da Espanha se encontraram em Puebla, no México, para fundar o Grupo de Puebla; em contraposição ao Grupo de Lima, criado em 8 de agosto de 2017 na homônima capital dos 14 Países que se comprometeram na luta contra a tirania na Venezuela.

Entre os membros do Grupo de Puebla estão os ex-presidentes Lula da Silva e Dilma Rousself, do Brasil; Fernando Lugo do Paraguai; Ernesto Samper da Colômbia; Leonel Fernández da República Dominicana e José Luis Rodíguez Zapatero da Espanha. Além deles, participaram Carlos e Marco Enriquez Ominami do Chile, junto ao ex-secretário da OAS José Miguel Insulza; Yeidckol Polevsky, representante de Andrés Manuel López Obrador, presidente do México e Daniel Martinez, candidato a presidente da Frente Amplio do Uruguai.

Três meses depois destes dois encontros, a esquerda se reuniu novamente de 1 a 3 de novembro em Cuba para uma nova cúpula, com a participação de aproximadamente 1200 militantes, com o título de Encontro de solidariedade antiimperialista, para a democracia e contra o neoliberalismo. Resultado? Uma declaração final que estabelece o objetivo de superar toda ofensiva imperial, através de um plano de comunicação 2.0 e um plano de ação mirado a reforçar as forças progressistas e a esquerda. Primeiro passo, a apresentação de uma resolução à Organização das Nações Unidas (ONU) contra a ativação do Tratado interamericano de assistência recíproca (TIAR).

Ao mesmo tempo, o jornal chileno La Tercera, na edição de 28 de outubro, confirmou a presença de cidadãos cubanos e venezuelanos nas manifestações daquele País. Tal e qual aconteceu no Equador algumas semanas antes e até mesmo o presidente do Equador, Lenín Moreno, declarou em 11 de outubro que os membros das FARC e militantes di chavismo tinham se infiltrado nos protestos do seu País. Contemporaneamente, a Colômbia deve enfrentar os guerrilheiros FARC e ELN, financiados e sustentados pelo território venezuelano, e no Peru o jornal local confirma a entrada de pelo menos 20 quadrilhas criminosas venezuelanas. É claro que os principais líderes da esquerda e da extrema esquerda tentam avançar em uma estratégia para desestabilizar a região.

Tudo isso pode ter um componente de legitimidade no sentido do descontentamento do cidadão por uma situação em particular, mas não é casual que se tenham aproveitado da situação para gerar o caos e irradiá-lo para dentro da sociedade, para pedir a renúncia do Presidente. E isto aconteceu em todos os casos!, explicou o especialista em política venezuelano Pedro Urruchrtu em uma entrevista televisiva na TVVenezuela.

Segundo o analista, o objetivo principal do Grupo de Puebla é de colocar fim no Grupo de Lima e no bloco democrático da Organização dos Estados Americanos (OEA). Desde a sua criação começou um onda desestabilizadora, escondida por detrás dos protestos sociais contra os governos que mudaram rota em direção a políticas de liberalização econômica, escreveu no seu Twitter, e destacou o perigo presente para as democracias da região. Não compreender que tudo isto que está acontecendo neste momento é um plano orquestrado e articulado para minar as bases da democracia significa acabar por dar razão àqueles que querem destruí-la, juntamente com a Espanha. Bogotá, Quito, Barcelona, Santiago... é somente o início.

Uma confirmação indireta vem da confissão pública de Nicolas Maduro: “O plano vai adiante... Todos os objetivos que fixamos no Foro de São Paulo foram alcançados. Estamos caminhando muito melhor que pensávamos, disse em 22 de outubro durante o I Congresso Internacional dos Movimentos Sociais em Caracas. Segundo ele, a situação é o produto da união dos movimentos sociais revolucionários de toda a América Latina, do Caribe e do mundo. Estamos revitalizados, destacou.

Não é a primeira vez que Cuba está no comando dos movimentos que tentam tomar o poder em outros Países da América Latina. Em 1965, aconteceu em Havana a Conferência em que foi criada a Organização dos povos da Ásia, da África e da América Latina (Ospaaal), com o objetivo de promover as causas do socialismo e do comunismo no terceiro mundo. Em 8 de maio de 1967, uma dúzia de guerrilheiros comunistas e espiões cubanos desembarcaram na Venezuela na praia de Machurucuto. O exército venezuelano conseguiu capturar dois guerrilheiros e o resto morreu durante a tentativa de invasão.

E para fechar o círculo, existem declarações de Nicolas Maduro em Havana, durante o Encontro de solidariedade antiimperialista: Na América Latina e no Caribe existe uma rebelião popular contra a exclusão, o empobrecimento e a privatização imposta pelo capitalismo mundial. Segundo a palavra de Chavez, a procura pelo destino comumidealizado por Fidel Castro agora tem tempos bons e melhores. A segunda reunião do grupo de Puebla se deu de 8 a 10 de novembro em Buenos Aires, Argentina, e o próximo encontro será no Chile, de 6 a 8 de dezembro. Enquanto isso, veremos quais outras tensões provocará a brisa bolivariana na América latina.


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