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quarta-feira, 7 de março de 2018

Mulher: uma espécie em via de extinção?


Francesca Romana Poleggi
Feliz e orgulhosa de ser mulher, me pergunto que sentido têm todos os sentimentalismos [tipo (...) o “dia da mulher”] que são feitos às mulheres hoje, em um mundo que tende a anulá-la: tende a anular as mulheres e a feminilidade
(...)
No ensino médio, nos anos 70, quando o coletivo feminista da escola colocava na linha os professores, diretores e conselheiros, o dia 8 de março era uma festa “séria”, “em recordação das operárias massacradas em 1908 na fábrica de roupas em New York”. Muito tempo depois, descobri que o incêndio nunca existiu, uma farsa clamorosa, inventada pela propaganda soviética em 22.
Não sei se as meninas do coletivo chegaram a saber e se experimentaram indignação também. Eu – para dizer a verdade – já tinha uma antipatia com o dia das mulheres. Por que somente as mulheres são festejadas? Por que não existe o Dia do homem? Me parecia – e me parece – não um momento de emancipação, mas uma espécie de agrado, uma gentil concessão (do alto) da qual não sentia e não sinto necessidade.

Ainda mais, me dava a ideia de ser banalizada, diminuída, como pessoa: como todos, tenho as minhas festas e meus aniversários e não tinha necessidade do 8 de março para ir comer pizza com minhas amigas.

Mas, estão nos fazendo sentir – enquanto mulher – uma “espécie em via de extinção”, uma categoria socialmente frágil que merece proteção particular: por exemplo, com as ridículas “quote rosa” (ndt.: significa aquilo que no Brasil chamamos de cotas raciais). Quem disse que para fazer alguma coisa é preciso “reservar” cotas para as mulheres? Elas são deficientes? Em qualquer competição – que seja leal, obviamente – deve vencer a pessoa melhor, mais adaptada, a prescindir do sexo. Para mim, as cotas são até mesmo ofensivas.

Mas as mulheres devem ser “protegidas” a todo custo. Por isso, montaram a estória do “feminicídio”. Certamente, a violência do homem, que mediamente é fisicamente mais forte, sobre a mulher, sobretudo em casa – ali onde se presume que a mulher seja afetivamente envolvida – é para covardes e para vermes nocivos. Mas, sobre a questão do “feminicídio” circulam grandes mentiras: os dados que provêm de fontes com credibilidade como Rapporto sulla Criminalità in Italia do Ministero dell’Interno, dizem que o número das mulheres assassinadas é sempre menor: de 192 em 2003, 179 em 2013 e 152 em 2014. Em percentual as mulheres são 30% das vítimas de homicídio. Portanto, 70% são de homens. Também, nos outros crimes devidos a questões sexuais, o número de vítimas masculinas é maior que o número de vítimas femininas: 51,11% contra 48,89%.

Mas, a coisa mais incrível, que impressionou até mesmo o jornalista do Washington Post que fez a pesquisa e nos escreveu um artigo, é o “paradoxo nórdico”: os Países europeus que possuem os mais altos padrões de tutela dos “novos direitos” e de “igualdade de gênero” (deram plena atuação à Convenção de Istambul, sobre a igualdade de “gênero”), possuem também os índices mais elevados de violência doméstica contra as mulheres. Dinamarca, Suécia e Finlândia detêm o triste recorde. Os estudiosos fizeram também os cálculos com a eventualidade de que as mulheres mais “livres” denunciem mais facilmente os abusos. Não há nada o que fazer: os resultados não mudam. A condição da mulher, em relação à violência, aos abusos e ao “feminicídio”, é muito melhor em países como a Polônia, a Grécia, e até mesmo a Itália.

As pesquisas demonstram que a violência contra as mulheres surge pelo abuso do álcool e das drogas. A liberdade e falta de escrúpulo nos costumes sexuais, a educação sexual “completa”, desde os primeiros anos de escola, a contracepção e o aborto livres e grátis, dos quais se orgulham os Países nórdicos, não servem de fato para a “libertação das mulheres”: é totalmente o contrário. Sem falar da pornografia (também daquela “soft”, a que passa todas as horas nas telas da TV, na publicidade e nos filmes que são exibidos no início da noite). A incidência entre os usuários da pornografia e os estupradores, molestadores sexuais e pessoas que fazem ameaças e intimidações para “obter o sexo” é muito relevante, segundo os pesquisadores da Universidade de Indiana e da University of Hawaii em Manoa, os quais fizeram uma meta-análise de 22 estudantes provenientes de todo o mundo. A nossa sociedade faz muita propaganda para reduzir os comportamentos de risco: pensemos na segurança nas estradas ou nas campanhas contra o cigarro. Mas nas primeiras páginas dos jornais, nos ônibus, na propaganda do governo, alguém já viu escrito “não à pornografia” ou “a pornografia prejudica a você a aos seus familiares”?

Esta prática de falar em toda ocasião de violência de “gênero” e de “feminicídio” serve somente para fomentar o ódio entre os sexos e para fazer propaganda à mais violenta ideologia feminista, aquela que quer “liberar” a mulher, quando na verdade nega a ela toda a feminilidade, a natural tendência para a maternidade como realização de si, e que em boa substância visa esfacelar a família.
Hoje, por um lado é negado às mulheres o fundamental direito a ser elas mesmas, ou seja, ser femininas, mas por outro lado se pretende conferir o direito de ser mulher a pessoas que possuem antes do nascimento escrito no DNA de todas as células o sexo masculino.

E a propaganda agressiva continua a insinuar que os “feminicídios” são o resultado da mentalidade retrograda, patriarcal, que não aceita a emancipação feminina.

Ao invés, um famoso psiquiatra como Alessandro Meluzzi descobre que o típico macho “feminicida” é um “macho frágil”, nascido e crescido em uma sociedade líquida, feita de relações que não têm, sem certezas e sem seguranças, de casais precários e de divórcios rápidos, aterrorizado pelo medo do abandono, que facilmente degenera em modo violento: para combater o “feminicídio” é preciso deixar de tentar destruir a família.
Se queremos celebrar um verdadeiro dia da mulher, que não seja uma pegadinha, devemos primeiro recuperar o verdadeiro valor da família.


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