Francesca Romana Poleggi
Feliz e orgulhosa de ser
mulher, me pergunto que sentido têm todos os sentimentalismos [tipo (...)
o “dia da mulher”] que são feitos às mulheres hoje, em um mundo que tende a
anulá-la: tende a anular as mulheres e a
feminilidade.
(...)
No ensino médio, nos anos 70, quando
o coletivo feminista da escola colocava na linha os professores, diretores e
conselheiros, o dia 8 de março era uma
festa “séria”, “em recordação das
operárias massacradas em 1908 na fábrica de roupas em New York”. Muito
tempo depois, descobri que o incêndio nunca existiu, uma farsa clamorosa,
inventada pela propaganda soviética em 22.
Não sei se as meninas do coletivo
chegaram a saber e se experimentaram indignação também. Eu – para dizer a
verdade – já tinha uma antipatia com o dia das mulheres. Por que
somente as mulheres são festejadas? Por que não existe o Dia do homem?
Me parecia – e me parece – não um momento de emancipação, mas uma espécie de
agrado, uma gentil concessão (do alto) da qual não sentia e não sinto
necessidade.
Ainda mais, me dava a ideia de
ser banalizada, diminuída, como pessoa: como todos, tenho as minhas festas
e meus aniversários e não tinha necessidade do 8 de março para ir comer pizza
com minhas amigas.
Mas, estão nos fazendo sentir –
enquanto mulher – uma “espécie em via de extinção”, uma categoria
socialmente frágil que merece proteção particular: por exemplo, com as ridículas
“quote rosa” (ndt.: significa aquilo que no Brasil chamamos de cotas raciais).
Quem disse que para fazer alguma coisa é preciso “reservar” cotas para as
mulheres? Elas são deficientes? Em qualquer competição – que seja leal,
obviamente – deve vencer a pessoa melhor, mais adaptada, a prescindir do sexo. Para
mim, as cotas são até mesmo ofensivas.
Mas as mulheres devem ser
“protegidas” a todo custo. Por isso, montaram a estória do “feminicídio”. Certamente,
a violência do homem, que mediamente é fisicamente mais forte, sobre a mulher,
sobretudo em casa – ali onde se presume que a mulher seja afetivamente
envolvida – é para covardes e para vermes nocivos. Mas, sobre a questão do
“feminicídio” circulam grandes mentiras:
os dados que provêm de fontes com credibilidade como Rapporto sulla
Criminalità in Italia do Ministero dell’Interno, dizem que o
número das mulheres assassinadas é sempre menor: de 192 em 2003, 179 em 2013 e
152 em 2014. Em percentual as mulheres são 30% das vítimas de homicídio.
Portanto, 70% são de homens. Também, nos outros crimes devidos a
questões sexuais, o número de vítimas masculinas é maior que o número de
vítimas femininas: 51,11% contra 48,89%.
Mas, a coisa mais incrível, que
impressionou até mesmo o jornalista do Washington Post que
fez a pesquisa e nos escreveu um artigo, é o “paradoxo nórdico”: os Países europeus que possuem os
mais altos padrões de tutela dos “novos direitos” e de “igualdade de gênero”
(deram plena atuação à Convenção de Istambul, sobre a igualdade de “gênero”),
possuem também os índices mais elevados de violência doméstica contra as
mulheres. Dinamarca, Suécia e Finlândia detêm o triste recorde. Os
estudiosos fizeram também os cálculos com a eventualidade de que as mulheres
mais “livres” denunciem mais facilmente os abusos. Não há nada o que fazer: os
resultados não mudam. A condição da mulher, em relação à violência, aos
abusos e ao “feminicídio”, é muito melhor em países como a Polônia, a Grécia, e
até mesmo a Itália.
As pesquisas demonstram que a
violência contra as mulheres surge pelo abuso do álcool e das drogas. A
liberdade e falta de escrúpulo nos costumes sexuais, a educação sexual “completa”, desde
os primeiros anos de escola, a contracepção e o aborto livres
e grátis, dos quais se orgulham os Países nórdicos, não servem de fato para a
“libertação das mulheres”: é totalmente o contrário. Sem falar da pornografia (também
daquela “soft”, a que passa todas as horas nas telas da TV, na
publicidade e nos filmes que são exibidos no início da noite). A incidência
entre os usuários da pornografia e os estupradores, molestadores sexuais e
pessoas que fazem ameaças e intimidações para “obter o sexo” é muito relevante,
segundo os pesquisadores da Universidade de Indiana e da University
of Hawaii em Manoa, os quais fizeram uma meta-análise de 22 estudantes
provenientes de todo o mundo. A nossa sociedade faz muita propaganda para
reduzir os comportamentos de risco: pensemos na segurança nas estradas ou
nas campanhas contra o cigarro. Mas nas primeiras páginas dos jornais, nos
ônibus, na propaganda do governo, alguém já viu escrito “não à pornografia”
ou “a pornografia prejudica a você a aos seus familiares”?
Esta prática de falar em toda
ocasião de violência de “gênero” e de “feminicídio” serve somente para fomentar
o ódio entre os sexos e para fazer propaganda à mais violenta ideologia
feminista, aquela que quer “liberar” a mulher, quando na verdade nega a ela
toda a feminilidade, a natural tendência para a maternidade como realização de
si, e que em boa substância visa esfacelar a família.
Hoje, por um lado é negado às
mulheres o fundamental direito a ser elas mesmas, ou seja, ser femininas,
mas por outro lado se pretende conferir o direito de ser mulher a pessoas
que possuem antes do nascimento escrito no DNA de todas as células o sexo
masculino.
E a propaganda agressiva continua
a insinuar que os “feminicídios” são o resultado da mentalidade retrograda,
patriarcal, que não aceita a emancipação feminina.
Ao invés, um famoso psiquiatra
como Alessandro Meluzzi descobre que o típico macho “feminicida”
é um “macho frágil”, nascido e crescido em uma sociedade líquida, feita de
relações que não têm, sem certezas e sem seguranças, de casais precários e de
divórcios rápidos, aterrorizado pelo medo do abandono, que facilmente
degenera em modo violento: para combater o “feminicídio” é preciso deixar de
tentar destruir a família.
Se queremos celebrar um
verdadeiro dia da mulher, que não seja uma pegadinha, devemos primeiro recuperar
o verdadeiro valor da família.
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