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terça-feira, 30 de abril de 2019

Quem salvará o mundo? Não precisamos de gurus, mas de testemunhas de Salvação


Querem nos impor a todo custo uma visão catastrófica do mundo, que poderá ser salvo somente por meio de comportamentos ecologicamente virtuosos e sob a guia de pequenos gurus. Com a mente ainda pesada e como católicos, temos o dever de não concordar. O fenômeno Greta Thunberg é perigosamente nocivo, sobretudo porque instrumentaliza a juventude que ao invés tem muita necessidade de ser educada para o Bem. Os adolescentes salvarão o mundo? De modo algum. Só existe um Salvador e se chama Jesus Cristo: palavra de “jovens santos”.



Se for claro que Greta Thunberg, como todos, não se fez sozinha, é ainda mais claro que o seu fenômeno midiático tenha crescido por meio da arte de quem está usando uma adolescente não somente para defender interesses de partes, mas para passar uma precisa ideia do mundo. E não obstante a mídia mundial e os vários maitre à penser, querem fazer dela uma paladina (salvadora?) do planeta, fazendo mal primeiramente a ela, nós queremos rejeitar tal ideia do mundo, se ainda nos é concedido. 

Lembre-se: nada de pessoal contra esta tenaz adolescente de dezesseis anos de tranças loiras, que, há meses, sugestiona a opinião pública internacional com as suas greves verdes e os seus preceitos para salvar o planeta. No fundo, se deve reconhecer, a jovem está procurando gastar a vida por algo de verdadeiro e grande, assim como o “seu” mundo lhe fez crer desde sempre.

O problema, de fato, está aqui e não se chama Greta Thunberg, por mais que a adolescente seja bastante grande a ponto de ser responsável pelas suas ações. O problema não são nem sequer os jovens como ela que, graças a Deus, possuem ainda no seu interior uma centelha pela qual desejariam conquistar o mundo e torna-lo um lugar melhor. O verdadeiro drama somos nós os adultos que sobre esta centelha queremos jogar baldes de água. E que não somos capazes de recolher este desejo do coração, para educa-lo e conduzi-lo sempre mais além, em direção ao cume do verdadeiro Bem. O que, no caso de Greta, bastaria interrogar-se: mas realmente nós pensamos que o problema do mundo seja o clima? É exatamente pelas mudanças climáticas que nós temos a intenção de dar a vida? E ainda: é no deus-planeta que nós cremos?

Infelizmente estas perguntas não são de fato retóricas. Para quem ainda não sabe, o Greta-pensamento é exatamente este e se pode resumir assim: “Faltam 10 anos, 257 dias e 13 horas para 2030. Em 2030 se dará uma reação em cadeia que poderia levar ao fim da civilização humana, se até aquela data não forem reduzidas drasticamente as emissões de dióxido de carbono”, com palavras textuais a Thunberg iniciou o seu discurso no Palácio Madama em 18 de abril passado, estimulando os políticos italianos a agir rapidamente e assumir para si as próprias responsabilidades.
Em suma, diante de tanto, se ainda nos é permitido, não podemos não discordar: é realmente esta a visão catastrófica do mundo que queremos transmitir aos nossos adolescentes? Uma visão que vê no homem a causa de todo o mal e que proclama a salvação da humanidade em comportamentos ecologicamente virtuosos? É verdadeiramente este o nosso modelo de vida?

Bem, parece que sim. Não há reuniões de poderosos ou assembleia de especialistas, não há parlamento nacional ou estado europeu que nos últimos tempos não tenha convidado e aplaudido a pequena Greta, candidata de ponta ao próximo Nobel pela Paz. E se o mundo laicista, se sabe, possui os seus ídolos, espanta que até mesmo no Vaticano muitos a tenham apontado como exemplo a seguir. Nos últimos dias – para dar um exemplo – o padre Spadaro (diretor da Revista Civiltà Cattolica) escreveu no seu twitter: “O mundo salvo pelos adolescentes”, com o rosto de Greta em primeiro plano.

Mais uma vez, se nos é permitido, temos o dever de não concordar. Mas desta vez, o como e o porquê nos é ensinado realmente por adolescentes.

Manuel, 9 anos, subiu ao Céu em 2010 por causa de um tumor nos ossos. Sobre a vida, sobre o mundo e a criação, de um leito de hospital, o pequeno falava assim: “Os meus olhos veem o que outros não veem, porque na escuridão da minha vida para muito insignificante, eu vivo coisas belíssimas. (...) Poder admirar a beleza da natureza me emociona porque é uma obra de arte do meu Senhor que pintou paisagens belíssimas para mim! Poder amar os outros com todo o coração e a minha vida me faz feliz (...). Tudo me faz compreender que Jesus me ama muito e não me abandona jamais porque Ele é rocha, refúgio e salvação!”. Manuel é um menino que tinha somente 4 anos quando decidiu de presentear todos os seus sofrimentos e a sua vida pela salvação dos pecadores e do mundo inteiro. Para ele a salvação do planeta coincidia com a salvação das almas que desejava conduzir todas ao Paraíso: assim lhe tinha ensinado Jesus.

David, 17 anos, subiu ao Céu em 2017 por causa de um osteossarcoma na pélvis. Antes de deixar este mundo, pedia isso: “Rezai muito, mas não para que eu fique curado, porque não é isto o importante, mas para que seja feita a Vontade de Deus. Para que seja feita a Sua Vontade, qualquer coisa aconteça, mesmo a mais difícil que se possa imaginar, eu terei vencido e nada poderá ser melhor que isso”. Para David não existia catástrofe iminente, a não ser aquela de perder a amizade com o seu Senhor e o seu Deus.

Giulia Gabrieli, 14 anos, subiu ao Céu em 2014 por causa de um câncer na mão. Pouco antes de morrer queria deixar esta mensagem a todos os adolescentes como ela: “Queria fazer alguma coisa pelos jovens que ainda não conheceram o grande amor pelo Senhor. Estes jovens dos dias de hoje que são autônomos e que pensam que não têm necessidade do Senhor. Vão à procura, fazem uma caça ao tesouro pensando de encontrar quem sabe o que. Mas na realidade é uma caçada ao tesouro sem tesouro aquela que fazem! O tesouro, o encontram somente se estão percorrendo a estrada do Senhor!”. Giulia partiu com o sorriso nos lábios e a paz no coração. Partiu não porque queria mudar o mundo, mas porque queria amar a todos, até o fim. Partiu nos braços do Pai, o único Salvador que, era certa, tinha vencido a morte. Giulia partiu segura de alcançar o Paraíso, verdadeira meta de Salvação contra o mal que se abate no mundo.

Carlo Acutis, 15 anos, subiu ao Céu por causa de uma leucemia fulminante. Na sua breve e intensíssima existência Carlo repetia: “A nossa meta deve ser sempre o infinito, não o finito. O infinito é a nossa Pátria, porque desde sempre somos esperados no Céu. A Eucaristia é a minha autoestrada para o Céu!”. Na sua extrema concretude, validade e inteligência Carlo sabia que não existia nada que teria podido dar significado pleno à vida se não Cristo vivo e verdadeiro. Aquele Cristo que ele amava, adorava e encontrava todos os dias na Eucaristia, única consistência do mundo e de toda a humanidade.

É verdade, Giulia, Manuel, David, Carlo… assim como todos os “jovens santos” mencionados no livro da Nuova BQ, “Il Chicco di Grano”, tinham se tornado pequenos grandes mestres de vida. Os seus próprios pais dizem que, dentro e fora de casa, eram como estrelas a ser seguidas, eram verdadeiras autoridades. Mas isto era possível por uma só e misteriosa razão: estes adolescentes tinham totalmente se abandonado à Vontade de Deus, a ponto de poder dizer como São Paulo: “Não sou mais eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20). Não, se estes pequenos santos estivessem aqui hoje rejeitariam com força toda visão catastrófica do mundo sabendo que ele é pleno e sustentado pela Graça de Deus Pai Onipotente. E rejeitariam qualquer mérito ou aplauso, sendo absolutamente convencidos que o Salvador do mundo e da história é um somente e se chama: Jesus Cristo, Filho de Deus.




Fonte:

http://www.lanuovabq.it/it/non-abbiamo-bisogno-di-guru-ma-di-testimoni-di-salvezza

terça-feira, 23 de abril de 2019

LECTIO DO CARDEAL PIACENZA: A verdadeira ecologia para os padres? Permanecer mais nos confessionários



Assistimos a uma tentativa de eliminar a palavra “pecado” da linguagem comum, excluindo a necessidade de pedir ajuda a Deus para enfrentar o nosso mal, como recordou o cardeal Piacenza no XXX Curso sobre foro interno. Segundo o penitenciário maior, hoje se fala tanto de ecologia, mas “ninguém ousa falar” do essencial “ecologia da alma”. Daqui o conselho para os sacerdotes: “Quereis ser verdadeiramente padres modernos e ecologistas? Permanecei mais nos confessionários!”.



No final do mês passado aconteceu no Vaticano o XXX Curso sobre foro interno organizado pela Penitenciaria Apostólica. Os trabalhos foram abertos com a lectio magistralis do cardeal Mauro Piacenza que falou sobre a ecologia da alma, um conceito muito caro a Bento XVI, o qual, não por acaso, foi citado no histórico discurso no Bundestag alemão de 22 de setembro de 2011. O penitenciário maior, reevocando as palavras do papa emérito, afirmou: “Neste nosso tempo, no qual em maneira sempre mais ampla e evidente, em sempre mais lugares, é colocado no centro do debate público, também eclesial, o urgente tema da eclesiologia, penso que seja muito conveniente que a Penitenciaria Apostólica intervenha sobre isto do qual talvez ninguém ousa falar: a ecologia da alma, que outra coisa não é senão um aspecto essencial da mais ampla ecologia  do homem”.



O único remédio para a questão do ajustamento ao mal feito pelo homem contemporâneo deve ser encontrado na purificação: este é o coração da intervenção do cardeal Piacenza que a considera, portanto, como uma tentação difusa também em muitos teólogos modernos, a de “abolir” o pecado. “O homem contemporâneo – escreveu o purpurado – que eliminou ou arquivou o problema de Deus, não fala mais de ‘pecado’, mas de ‘erro’, cumprindo desse modo um dupla, suicida operação; de um lado, de fato, ele atribui unicamente a si mesmo a responsabilidade pelos próprios atos negativos, excluindo a existência de um pecado original e a consequente inclinação ao mal, à qual somos chamados a resistir, mas que somos chamados humildemente a reconhecer; por outro lado, excluindo a presença e ajuda de Deus e da sua graça, o homem contemporâneo se autocondena a uma dramática solidão no próprio mal”.

Para o cardeal Piacenza a vontade de eliminar o pecado até mesmo na linguagem comum estaria coligada àquela de marginalizar Deus na sociedade. E alerta, portanto, para a coerência concebida como único critério de juízo do agir humano no lugar da obediência à verdade e ao bem. A intervenção do penitenciário maior se deteve depois a destacar a importância (muito negligenciada hoje) do sacramento da Reconciliação e dos deveres aos quais o sacerdote é chamado: “Toda individual absolvição sacramental constitui a maior contribuição que se possa oferecer à ecologia humana, à ecologia da alma e, através dela, à ecologia do mundo e do universo”, afirmou o purpurado, concluindo com um apelo forte: “Quereis ser verdadeiramente padres modernos e ecologistas? Permanecei mais tempo no confessionário!”.

O Curso sobre foro interno teve conferências sobre temas de muita atualidade na vida eclesial. Padre Ambrogio Nguyên Van Si, por exemplo, falou do acesso aos sacramentos por parte dos divorciados recasados. O presidente do Colégio dos Penitenciários Lateranenses especificou que a proibição não deve ser interpretada como uma condenação, nem como um julgamento sobre as consciências “onde somente Deus pode ver”. Estas pessoas não devem ser excluídas da vida da Igreja, escreveu o religioso, e devem poder fazer caminhos de fé que “as tornem partícipes e ativas na comunidade eclesial” mas “isto não significa porém deixar tudo ao juízo e às decisões particulares ou individualistas; pelo contrário todos devem confrontar-se com o ensinamento da Igreja”.

Padre Ambrogio Nguyên Van Si forneceu, depois, a sua interpretação do oitavo capítulo da Amoris laetitia: “A doutrina sobre o matrimônio indissolúvel não muda, mas muda a impostação pastoral centrada no primado da pessoa e na lógica ‘da misericórdia e da integração’”. Segundo Nguyên Van Si, “o Papa usa o condicional, portanto não diz que é preciso admitir aos sacramentos, mesmo se não o exclua em alguns casos e em algumas condições. Não existe, portanto nenhum automatismo e o acesso aos sacramentos, que não é um direito a reivindicar, deve ser garantido em alguns casos sobre a base de uma visão misericordiosa e indulgente diante da fragilidade humana”. O presidente do Colégio dos Penitenciarios Lateranenses sustentou que “não existe uma permissão” generalizada, mas se deixa aberta a possibilidade de aceder as sacramento caso a caso depois de um rigoroso discernimento também no caso de que os divorciados recasados não vivam em continência, ou seja, não se comportam como irmão e irmã”. Deve ser recordado, todavia, para os “divorciados recasados”, onde por graves motivos (como a educação dos filhos) não possam separar-se, exatamente o compartilhamento do viver como irmão e irmã permanece necessário para poder receber validamente o sacramento da Comunhão, segundo o ensinamento de sempre confirmado na Familiaris Consortio de são João Paulo II (FC 84).


Fonte: http://www.lanuovabq.it/it/la-vera-ecologia-per-preti-stare-di-piu-in-confessionale

terça-feira, 16 de abril de 2019

A História Ignorada


México e loucuras. É Obrador quem deveria pedir desculpas


O presidente mexicano Obrador festeja a seu modo os 500 anos da chegada de Hernan Cortés e da evangelização do seu País, pedindo ao rei da Espanha e ao Papa de apresentar desculpas. Na realidade é ele quem deveria fazer isso em nome do inteiro México, pelos 80 anos de perseguições contra os católicos antes do degelo. Além do mais, Astecas e Incas praticavam sacrifícios humanos, tanto é que os povos circunstantes saudaram os conquistadores como libertadores. 


 O presidente do México, Andrés Lopez Obrador, festeja a seu modo os 500 anos da chegada de Hernan Cortés com os seus conquistadores e da evangelização do seu País. Escreveu, de fato, ao rei da Espanha e ao Papa dizendo que eles deveriam apresentar um pedido de desculpas por causa da “invasão” e do “genocídio” (não usou estes termos exatos, mas o sentido é este) iniciados já com Cristóvão Colombo. Coisa de pessoas loucas. Deveria, de fato, ser ele a pedir desculpas, e em nome de todo o México. 

Foi preciso a visita de João Paulo II em 1979 para o degelo: o Partido Revolucionário Institucional (sic!), sempre no poder, proibia ainda os padres de usar a batina nas ruas e o Papa foi acolhido, não pelo chefe de Estado, mas por funcionários menores, como “senhor Wojtyla”. E isto depois de oitenta anos de perseguições, culminados na guerra “cristera” de 1926-29. Não faz muito tempo a eleita Mis México usava sorridente uma saia com fotos impressas dos cristeros enforcados nos postes do telégrafo. E ainda hoje a Igreja é “forçada” a beatificar os mártires daquela perseguição, padres, freiras, idosos, mulheres e jovens como São José del Rio, assassinado sem um processo somente com 14 anos por ser católico (veja o filme Cristiada de 2012, com Andy Garcia, Peter O’Toole e Eva Longoria).

E chegamos a Cortés. Um outro filme, Apocalypto de Mel Gibson (2006), mostra como era o “paraíso” pré-colombiano. Em uma cena os guerreiros Maia afastam com um pau uma menina doente e talvez contagiosa. Ela profetisa a eles que quando vir um homem “correr com um jaguar” será o sinal de que o mundo deles está para terminar. De fato, o filme termina com o desembarque dos espanhóis e a cruz. Gibson não fez outra coisa que inspirar-se em uma verdadeira profecia pronunciada por uma enferma. A irmã de Montezuma, imperador dos Astecas. Chamava-se Papantzin e em 1509, tendo adoecido gravemente, entrou em coma. Estavam sepultando o seu corpo quando despertou e contou o que tinha sonhado: um ser loiro e barbudo vestido de preto teria chegado pelo mar em “casas com grandes asas” trazendo cruzes negras. Teria anunciado o verdadeiro Deus e feito cessar os sacrifícios humanos.

Ora, os Astecas recordavam também uma outra profecia: no ano “1 cana” retornaria o deus Quetzalcoatl, a Serpente emplumada. E então, exatamente naquele ano, o 1519, chegou Cortés, que estava vestido de preto porque naquele dia era a Sexta-feira Santa. Montezuma e a corte o acolheram como Quetzalcoatl, o deus que, segundo a profecia, iria abolir os sacrifícios humanos. Papantzin estava entre os primeiros a receber o batismo, com o nome de Isabel.

Ainda hoje os arqueólogos descobrem esqueletos de meninos e meninas sacrificados sobre os altares dos Astecas (e dos Incas). Para inaugurar o templo maio de Tenochtitlán, a capital asteca, foram retiradas as vísceras de 85.000 pessoas, e foram necessárias semanas para isso. Os espanhóis se encontraram caminhando, horrorizados, sobre um tapete de crânios humanos. Mas o horror começou logo, quando Montezuma ofereceu a eles comidas preparadas com sangue humano. Uma iguaria para os astecas, que tinham tão grande abundância a ponto de usar também para diluir a cal (ainda é a arqueologia que confirma isso).

Os poucos conquistadores, de fato, foram saudados como libertadores pelos povos circunstantes, obrigados a serem vítimas para os sacrifícios dos Astecas, que os invadiam nas “guerras das flores” (porque realizavam sempre na primavera). Os desgraçados eram levados até o alto das pirâmides, esquartejados e esfolados, depois decapitados. O sacerdote vestia a pele deles, oferecia o coração deles aos deuses e depois jogava o corpo pelas escadas abaixo. Chegando embaixo, as pessoas disputavam os cadáveres para depois fazer banquetes com os amigos. “...e construíram as igrejas deles sobre os templos”, escreve indignado o presidente mexicano. Não digam a ele que em 1531 Nossa Senhora, em pessoa, foi abençoar a Conquista, aparecendo ao asteca batizado Juan Diego. Senão ele escreve também para Ela (e Ela lhe recordaria a dinamite colocada no santuário de Guadalupe por um funcionário presidencial em 1921).


Fonte: