Querem nos impor a todo custo
uma visão catastrófica do mundo, que poderá ser salvo somente por meio de
comportamentos ecologicamente virtuosos e sob a guia de pequenos gurus. Com a
mente ainda pesada e como católicos, temos o dever de não concordar. O fenômeno
Greta Thunberg é perigosamente nocivo, sobretudo porque instrumentaliza a
juventude que ao invés tem muita necessidade de ser educada para o Bem. Os
adolescentes salvarão o mundo? De modo algum. Só existe um Salvador e se chama
Jesus Cristo: palavra de “jovens santos”.
Se for claro que Greta Thunberg,
como todos, não se fez sozinha, é ainda mais claro que o seu fenômeno midiático
tenha crescido por meio da arte de quem está usando uma adolescente não somente
para defender interesses de partes, mas para passar uma precisa ideia do mundo.
E não obstante a mídia mundial e os vários maitre à penser, querem fazer dela uma paladina (salvadora?)
do planeta, fazendo mal primeiramente a ela, nós queremos rejeitar tal ideia do
mundo, se ainda nos é concedido.
Lembre-se: nada de pessoal
contra esta tenaz adolescente de dezesseis anos de tranças loiras, que, há meses, sugestiona a opinião pública internacional
com as suas
greves verdes e os seus preceitos para salvar o planeta. No fundo, se
deve reconhecer, a jovem está procurando gastar a vida por algo de verdadeiro e
grande, assim como o “seu” mundo lhe fez crer desde sempre.
O problema, de fato, está aqui
e não se chama Greta Thunberg, por mais que a adolescente seja bastante
grande a ponto de ser responsável pelas suas ações. O problema não são nem
sequer os jovens como ela que, graças a Deus, possuem ainda no seu interior uma
centelha pela qual desejariam conquistar o mundo e torna-lo um lugar melhor. O
verdadeiro drama somos nós os adultos que sobre esta centelha queremos jogar
baldes de água. E que não somos capazes de recolher este desejo do coração,
para educa-lo e conduzi-lo sempre mais além, em direção ao cume do verdadeiro
Bem. O que, no caso de Greta, bastaria interrogar-se: mas realmente nós
pensamos que o problema do mundo seja o clima? É exatamente pelas mudanças
climáticas que nós temos a intenção de dar a vida? E ainda: é no deus-planeta
que nós cremos?
Infelizmente estas perguntas
não são de fato retóricas. Para quem ainda não sabe, o Greta-pensamento é
exatamente este e se pode resumir assim: “Faltam
10 anos, 257 dias e 13 horas para 2030. Em 2030 se dará uma reação em cadeia
que poderia levar ao fim da civilização humana, se até aquela data não forem
reduzidas drasticamente as emissões de dióxido de carbono”, com palavras
textuais a Thunberg iniciou o seu discurso no Palácio Madama em 18 de abril
passado, estimulando os políticos italianos a agir rapidamente e assumir para
si as próprias responsabilidades.
Em suma, diante de tanto, se
ainda nos é permitido, não podemos
não discordar: é realmente esta a visão catastrófica do mundo que queremos
transmitir aos nossos adolescentes? Uma visão que vê no homem a causa de todo o
mal e que proclama a salvação da humanidade em comportamentos ecologicamente
virtuosos? É verdadeiramente este o nosso modelo de vida?
Bem, parece que sim. Não
há reuniões de poderosos ou assembleia de especialistas, não há parlamento
nacional ou estado europeu que nos últimos tempos não tenha convidado e aplaudido
a pequena Greta, candidata de ponta ao próximo Nobel pela Paz. E se o mundo
laicista, se sabe, possui os seus ídolos, espanta que até mesmo no Vaticano muitos
a tenham apontado como exemplo a seguir. Nos últimos dias – para dar um exemplo
– o padre Spadaro (diretor da Revista Civiltà
Cattolica) escreveu no seu twitter: “O mundo salvo pelos adolescentes”, com
o rosto de Greta em primeiro plano.
Mais uma vez, se nos é
permitido, temos o dever de não concordar. Mas desta vez, o como e o porquê
nos é ensinado realmente por adolescentes.
Manuel, 9 anos, subiu ao Céu
em 2010 por causa de um tumor nos ossos. Sobre a vida, sobre o mundo e a
criação, de um leito de hospital, o pequeno falava assim: “Os meus olhos veem o
que outros não veem, porque na escuridão da minha vida para muito
insignificante, eu vivo coisas belíssimas. (...) Poder admirar a beleza da
natureza me emociona porque é uma obra de arte do meu Senhor que pintou
paisagens belíssimas para mim! Poder amar os outros com todo o coração e a
minha vida me faz feliz (...). Tudo me faz compreender que Jesus me ama muito e
não me abandona jamais porque Ele é rocha, refúgio e salvação!”. Manuel é um
menino que tinha somente 4 anos quando decidiu de presentear todos os seus sofrimentos
e a sua vida pela salvação dos pecadores e do mundo inteiro. Para ele a
salvação do planeta coincidia com a salvação das almas que desejava conduzir
todas ao Paraíso: assim lhe tinha ensinado Jesus.
David, 17 anos, subiu ao Céu
em 2017 por causa de um osteossarcoma na pélvis. Antes de deixar este mundo, pedia isso: “Rezai muito, mas não para que eu
fique curado, porque não é isto o importante, mas para que seja feita a Vontade
de Deus. Para que seja feita a Sua Vontade, qualquer coisa aconteça, mesmo a
mais difícil que se possa imaginar, eu terei vencido e nada poderá ser melhor
que isso”. Para David não existia catástrofe iminente, a não ser aquela de
perder a amizade com o seu Senhor e o seu Deus.
Giulia Gabrieli, 14 anos, subiu
ao Céu em 2014 por causa de um câncer na mão. Pouco antes de morrer queria deixar esta mensagem a todos os adolescentes
como ela: “Queria fazer alguma coisa pelos jovens que ainda não conheceram o
grande amor pelo Senhor. Estes jovens dos dias de hoje que são autônomos e que
pensam que não têm necessidade do Senhor. Vão à procura, fazem uma caça ao
tesouro pensando de encontrar quem sabe o que. Mas na realidade é uma caçada ao
tesouro sem tesouro aquela que fazem! O tesouro, o encontram somente se estão
percorrendo a estrada do Senhor!”. Giulia partiu com o sorriso nos lábios e a
paz no coração. Partiu não porque queria mudar o mundo, mas porque queria amar
a todos, até o fim. Partiu nos braços do Pai, o único Salvador que, era certa,
tinha vencido a morte. Giulia partiu segura de alcançar o Paraíso, verdadeira
meta de Salvação contra o mal que se abate no mundo.
Carlo Acutis, 15 anos, subiu
ao Céu por causa de uma leucemia fulminante. Na sua breve e intensíssima
existência Carlo repetia: “A nossa meta deve ser sempre o infinito, não o
finito. O infinito é a nossa Pátria, porque desde sempre somos esperados no
Céu. A Eucaristia é a minha autoestrada para o Céu!”. Na sua extrema concretude,
validade e inteligência Carlo sabia que não existia nada que teria podido dar
significado pleno à vida se não Cristo vivo e verdadeiro. Aquele Cristo que ele
amava, adorava e encontrava todos os dias na Eucaristia, única consistência do
mundo e de toda a humanidade.
É verdade, Giulia, Manuel,
David, Carlo… assim como todos os “jovens santos” mencionados no livro da Nuova BQ, “Il
Chicco di Grano”, tinham se tornado pequenos grandes mestres de vida. Os
seus próprios pais dizem que, dentro e fora de casa, eram como estrelas a ser
seguidas, eram verdadeiras autoridades. Mas isto era possível por uma só e
misteriosa razão: estes adolescentes tinham totalmente se abandonado à Vontade
de Deus, a ponto de poder dizer como São Paulo: “Não sou mais eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20). Não,
se estes pequenos santos estivessem aqui hoje rejeitariam com força toda visão
catastrófica do mundo sabendo que ele é pleno e sustentado pela Graça de Deus
Pai Onipotente. E rejeitariam qualquer mérito ou aplauso, sendo absolutamente
convencidos que o Salvador do mundo e da história é um somente e se chama:
Jesus Cristo, Filho de Deus.
Fonte: