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terça-feira, 16 de abril de 2019

A História Ignorada


México e loucuras. É Obrador quem deveria pedir desculpas


O presidente mexicano Obrador festeja a seu modo os 500 anos da chegada de Hernan Cortés e da evangelização do seu País, pedindo ao rei da Espanha e ao Papa de apresentar desculpas. Na realidade é ele quem deveria fazer isso em nome do inteiro México, pelos 80 anos de perseguições contra os católicos antes do degelo. Além do mais, Astecas e Incas praticavam sacrifícios humanos, tanto é que os povos circunstantes saudaram os conquistadores como libertadores. 


 O presidente do México, Andrés Lopez Obrador, festeja a seu modo os 500 anos da chegada de Hernan Cortés com os seus conquistadores e da evangelização do seu País. Escreveu, de fato, ao rei da Espanha e ao Papa dizendo que eles deveriam apresentar um pedido de desculpas por causa da “invasão” e do “genocídio” (não usou estes termos exatos, mas o sentido é este) iniciados já com Cristóvão Colombo. Coisa de pessoas loucas. Deveria, de fato, ser ele a pedir desculpas, e em nome de todo o México. 

Foi preciso a visita de João Paulo II em 1979 para o degelo: o Partido Revolucionário Institucional (sic!), sempre no poder, proibia ainda os padres de usar a batina nas ruas e o Papa foi acolhido, não pelo chefe de Estado, mas por funcionários menores, como “senhor Wojtyla”. E isto depois de oitenta anos de perseguições, culminados na guerra “cristera” de 1926-29. Não faz muito tempo a eleita Mis México usava sorridente uma saia com fotos impressas dos cristeros enforcados nos postes do telégrafo. E ainda hoje a Igreja é “forçada” a beatificar os mártires daquela perseguição, padres, freiras, idosos, mulheres e jovens como São José del Rio, assassinado sem um processo somente com 14 anos por ser católico (veja o filme Cristiada de 2012, com Andy Garcia, Peter O’Toole e Eva Longoria).

E chegamos a Cortés. Um outro filme, Apocalypto de Mel Gibson (2006), mostra como era o “paraíso” pré-colombiano. Em uma cena os guerreiros Maia afastam com um pau uma menina doente e talvez contagiosa. Ela profetisa a eles que quando vir um homem “correr com um jaguar” será o sinal de que o mundo deles está para terminar. De fato, o filme termina com o desembarque dos espanhóis e a cruz. Gibson não fez outra coisa que inspirar-se em uma verdadeira profecia pronunciada por uma enferma. A irmã de Montezuma, imperador dos Astecas. Chamava-se Papantzin e em 1509, tendo adoecido gravemente, entrou em coma. Estavam sepultando o seu corpo quando despertou e contou o que tinha sonhado: um ser loiro e barbudo vestido de preto teria chegado pelo mar em “casas com grandes asas” trazendo cruzes negras. Teria anunciado o verdadeiro Deus e feito cessar os sacrifícios humanos.

Ora, os Astecas recordavam também uma outra profecia: no ano “1 cana” retornaria o deus Quetzalcoatl, a Serpente emplumada. E então, exatamente naquele ano, o 1519, chegou Cortés, que estava vestido de preto porque naquele dia era a Sexta-feira Santa. Montezuma e a corte o acolheram como Quetzalcoatl, o deus que, segundo a profecia, iria abolir os sacrifícios humanos. Papantzin estava entre os primeiros a receber o batismo, com o nome de Isabel.

Ainda hoje os arqueólogos descobrem esqueletos de meninos e meninas sacrificados sobre os altares dos Astecas (e dos Incas). Para inaugurar o templo maio de Tenochtitlán, a capital asteca, foram retiradas as vísceras de 85.000 pessoas, e foram necessárias semanas para isso. Os espanhóis se encontraram caminhando, horrorizados, sobre um tapete de crânios humanos. Mas o horror começou logo, quando Montezuma ofereceu a eles comidas preparadas com sangue humano. Uma iguaria para os astecas, que tinham tão grande abundância a ponto de usar também para diluir a cal (ainda é a arqueologia que confirma isso).

Os poucos conquistadores, de fato, foram saudados como libertadores pelos povos circunstantes, obrigados a serem vítimas para os sacrifícios dos Astecas, que os invadiam nas “guerras das flores” (porque realizavam sempre na primavera). Os desgraçados eram levados até o alto das pirâmides, esquartejados e esfolados, depois decapitados. O sacerdote vestia a pele deles, oferecia o coração deles aos deuses e depois jogava o corpo pelas escadas abaixo. Chegando embaixo, as pessoas disputavam os cadáveres para depois fazer banquetes com os amigos. “...e construíram as igrejas deles sobre os templos”, escreve indignado o presidente mexicano. Não digam a ele que em 1531 Nossa Senhora, em pessoa, foi abençoar a Conquista, aparecendo ao asteca batizado Juan Diego. Senão ele escreve também para Ela (e Ela lhe recordaria a dinamite colocada no santuário de Guadalupe por um funcionário presidencial em 1921).


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