Andrea Zambrano
Não somos zen, somos católicos.
Os bispos espanhóis emitiram uma substancial nota que analisa a problemática
relativa àquelas formas de nova espiritualidade oriental que em alguns
ambientes são definidas como “zen cristão”. Começam dizendo que não existe um
“zen cristão” e que todas as formas de meditação, hoje se chama mindfulness,
voltadas a procurar o bem estar pessoal, corpóreo e espiritual, não são outra
coisa que perigosos desvios do objeto principal da atividade de oração que é
Deus.
No documento La mia
anima ha sete, ha sete del Dio vivente (A minha alma tem sede, tem
sede do Deus vivo) os bispos responsáveis pela Doutrina da Fé na Espanha
explicam substancialmente que é inútil procurar paz, relação interior e equilíbrio
porque nada preencherá nossos vazios a não ser a paz autêntica que Deus nos dá.
“É Jesus, de fato, o nosso
mestre que nos faz viver em equilíbrio e que nos ensina como rezar”, explicam os prelados procurando utilizar
aquela linguagem usada por uma grande quantidade de pessoas que procura – para
se sentir bem – refúgio em práticas orientais que no final conduzem ao risco do
escapismo, ou seja, da fuga da realidade.
A comissão, de fato, analisou
as técnicas de meditação mais em voga e que geram um ganho econômico notável, mas não são as técnicas a salvar,
mas a atitude para se sentir em paz com Deus. Para fazer isto podem existir
técnicas específicas, mas não entendidas como método ou itinerário. Trata-se,
porém de técnicas que predispõem o corpo e o espírito ao silêncio necessário
para rezar, não são a finalidade da oração.
Neste sentido, os bispos são muito claros em separar o grande engano de
achar que certas técnicas podem dar a serenidade interior e “a verdadeira
paz que somente Deus pode dar”.
Mas, como fazer para compreender se estamos diante de uma verdadeira
oração cristã? O jornal Religion en liberdad (religião em
liberdade) identificou do texto dos bispos 8
pontos:
- A oração é um encontro com Deus ou consigo mesmo?
- É um abrir-se à vontade de Deus ou uma técnica para enfrentar as dificuldades da vida mediante o autocontrole?
- É Deus o mais importante ou o si mesmo?
- No caso em que se admita uma abertura para um ser transcendente, este possui um rosto concreto ou estamos diante de um ser indeterminado?
- O caminho de aproximação a Deus que Jesus Cristo nos abriu é um entre tantos ou é o único que nos conduz ao Deus verdadeiro?
- Que valor existe para um cristão os ensinamentos de Jesus sobre a oração?
- Quais elementos da tradição secular da Igreja devem ser mantidos?
- Quais aspectos próprios das outras religiões podem ser incorporados por um cristão na sua vida espiritual?
O problema principal que se abre é aquele de uma inteira geração que não sabe mais rezar. Mas nada de medo: a socorrer-nos são os ensinamentos de Jesus sobre a oração (por exemplo, rezar sempre sem cansar-se Lc 5,13), os Sacramentos, o Rosário e a vida dos santos, do tratar Deus com amizade como santa Teresa de Ávila às palavras de gratidão de Santa Teresa de Lisieux. São estas quatro as principais vias aconselhadas pelos bispos. Em suma, a cara e velha tradição a Igreja, dispensadora de todas as respostas à nossa sede espiritual.
Nós nos permitimos acrescentar as
palavras de um outro santo espanhol, São Josemaria Escrivà de Balaguer que na
obra Caminho escreveu muito sobre
modalidades de oração. E escolhemos esta: “Não sabes orar? – Põe-te na presença
de Deus, e logo que começares a dizer: “Senhor, não sei fazer oração!...”,
podes ter certeza de que começaste a fazê-la” (Caminho, 90).
Documento em espanhol: https://www.conferenciaepiscopal.es/mi-alma-tiene-sed-de-dios-del-dios-vivo-sal-42-3-orientaciones-doctrinales-sobre-la-oracion-cristiana/
Ver também:
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