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terça-feira, 19 de junho de 2018

Papa Francisco: “A família é somente uma, entre homem e mulher”



Ontem, na Sala Clementina do Palácio Apostólico, o Santo Padre Francisco recebeu em Audiência uma Delegação do Fórum das Associações Familiares pela ocasião do 25° aniversário do nascimento da atividade associativa. Na sua intervenção, o Papa tocou alguns argumentos de grande importância, eis algumas partes particularmente significativas:

A FAMÍLIA É SOMENTE UMA
«…hoje – dói dizer isso – se fala de famílias “diversificadas”: diferentes tipos de família. Sim, é verdadeiro que a palavra “família” é uma palavra análoga, porque se fala da “família” das estrelas, das “famílias” das árvores, das “famílias” dos animais... é uma palavra análoga. Mas a família humana como imagem de Deus, homem e mulher, é uma só. É uma somente».

ABORTO SELETIVO PRÁTICA NAZISTA
«Os filhos são o dom maior. Os filhos que são acolhidos como vem, como Deus lhes manda, como Deus permite – mesmo se às vezes estão doentes. Ouvi dizer que está na moda – ou pelo menos é habitual – nos primeiros meses de gravidez fazer certos exames, para ver se a criança não está bem, ou vem com algum problema... A primeira proposta nestes casos é: “O mandamos embora?”. O homicídio das crianças. E para ter uma vida tranquila, se expulsa um inocente.
Quando era jovem, a professora nos ensinava história e nos dizia o que faziam os espartanos quando nascia um menino com má-formação: o levava para o alto de uma montanha e o jogavam de um precipício, para curar “a pureza da raça”. E nós ficávamos admirados: “Mas como, como se pode fazer isso, pobres crianças!”. Era uma atrocidade. Hoje fazemos o mesmo. Vocês já se perguntaram por que não se vê muitos anões pelas ruas? Porque o protocolo de muitos médicos – muitos, não todos – é fazer a pergunta: “Vem com problemas?”. O digo com dor. No século passado todo o mundo se escandalizava pelo que faziam os nazistas para curar a pureza da raça. Hoje fazemos o mesmo, mas com luvas brancas».

CATECUMENATO PARA O MATRIMÔNIO
«O quarto capítulo é o núcleo próprio da Amoris laetitia. É exatamente a espiritualidade de cada dia da família. Alguns reduziram Amoris laetitia a uma estéril casuística do “pode, não pode”. Não compreenderam nada! Depois, na Amoris laetitia não se escondem os problemas, os problemas da preparação para o matrimônio. Vocês ajudam os noivos a preparar-se: é preciso dizer as coisas claras, não é verdade? Claras. Uma vez uma mulher me disse, em Buenos Aires: “Mas vocês padres são espertos...” – Por quê?” – “Para se tornar padre, estudam oito anos, se preparam por oito anos. E depois, se depois de alguns anos a coisa não funciona, fazem uma bela carta a Roma: e em Roma dão a permissão, e podem casar-se. A nós, ao invés, que nos dão um Sacramento por toda a vida, nos tentam agradar com três ou quatro conferências de preparação. Isto não é justo”. E tinha razão aquela mulher. Preparar para o matrimônio: sim, é preciso que existam conferências, das coisas que explicam, mas é preciso homens e mulheres, amigos, que falem a eles e os ajudem a maturar, a maturar o caminho. E podemos dizer que hoje existe necessidade de um catecumenato para o matrimônio, como existe um catecumenato para o Batismo. Preparar, ajudar a preparar-se para o matrimônio».

POLÍTICAS PARA A NATALIDADE
[Do discurso oficial que foi entregue]: «Não se cansem de sustentar o crescimento da natalidade na Itália, sensibilizando as Instituições e a opinião pública sobre a importância de dar vida a políticas e estruturas mais abertas para o dom dos filhos. É um autêntico paradoxo que o nascimento dos filhos, que constitui o maior investimento para um País e a primeira condição para a sua prosperidade futura, represente frequentemente para as famílias uma causa de pobreza, por motivo do escarço sustento que recebem ou da ineficácia de tantos serviços.
Estas e outras problemáticas devem ser enfrentadas com firmeza e caridade, demonstrando que a sensibilidade que levais adiante em relação à família não deve ser etiquetada como confessional para podê-la acusar – erroneamente – de parcialidade. Ela se baseia ao invés na dignidade da pessoa humana e por isso pode ser reconhecida e compartilhada por todos, como acontece quando, também em contextos institucionais, nos referimos ao “Fator Família” como elemento de valoração política e operativa, multiplicador de riqueza humana, econômica e social».


Fonte:

Discurso do Santo Padre na íntegra:
http://w2.vatican.va/content/francesco/it/speeches/2018/june/documents/papa-francesco_20180616_forum-associazioni-familiari.html

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