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quarta-feira, 13 de março de 2019

O matrimônio é como o vinho bom. Ao envelhecer, melhora a qualidade




O segredo de um matrimônio feliz? Pergunte a sua avó. Não, não disseram exatamente estas palavras, mesmo assim os quatro coautores de uma recente pesquisa publicada na revista científica Emotion não chegaram a conclusões muito diferentes. O estudo, intitulado Age-related changes in emotional behavior, foi realizado considerando uma amostra de 87 casais monitorados por um período de 13 anos; alguns desses eram compostos por cônjuges casados por pelo menos 15 anos, enquanto outros, mais idosos, eram casais unidos em matrimônio por pelo menos 35 anos.

A finalidade do trabalho – como sugere já o seu título – era aquele de verificar com mais precisão possível se e como os comportamentos emotivos mudam durante o matrimônio, com particular atenção a dinâmicas ligadas ao envelhecimento. No final desta longa pesquisa se verificou uma coisa surpreendente, que  o comportamento emotivo negativo – como o ficar irritado ou polêmico – diminuía nos casais na medida que marido e mulher envelheciam, com um paralelo aumento do comportamento emotivo positivo, orientando para manifestações de humor e de entusiasmo.

A ideia de que o matrimônio seja o túmulo do amor e que conduza à infelicidade de casais se revelou que era um fake news bonita e boa. É verdade que alguma mulher, com a idade, se mostrou um pouco menos afetuosa e mais prepotente que no passado, mas na totalidade o êxito do estudo foi que sim, o amor conjugal é exatamente como o vinho: ao envelhecer, melhora a qualidade. Porque amadurece.

Não por nada os autores deste estudo chegaram a dar razão ao que afirmava uma publicação que já há décadas, em 1985, sustentava que “as fases iniciais de uma relação são marcadas por um amor romântico e cheio de paixão, enquanto os adultos que já possuem mais tempo no matrimônio experimentam uma passagem para o amor de companheirismo”. Exatamente por isso, um amadurecimento do amor. 

Robert Levenson, professor de psicologia de Berkeley e autor principal do estudo, colocou depois em evidência outro detalhe interessante percebido com esta pesquisa. “Os nossos resultados projetam luz sobre um dos grandes paradoxos da vida adulta”, declarou Levenson, o qual depois acrescentou: “Não obstante experimentem a perda dos amigos e parentes, as pessoas anciãs em matrimônio estável são relativamente felizes e experimentam baixas taxas de depressão e ansiedade. O matrimônio se revela, em suma, benéfico para a saúde mental”.

Estas conclusões são sustentadas por outras evidências científicas.  Como aquelas de pesquisas que, baseando-se em uma amostra de 1 milhão de pessoas subdivididas em 7 diferentes Países europeus, viram como a decisão de casar-se esteja positivamente associada a um aumento da vida que vai de 10 a 15%. Não surpreenderá a este ponto saber como, em um estudo comparativo de alguns anos realizado em 17 Países  ocidentais e o Japão, os estudiosos Stack e Eshleman revelaram como os casais em matrimônio sejam em geral muito felizes, até mesmo o 3,4 a mais que aqueles que somente convivem. 

Os benefícios da vida conjugal são tantos e tais que, em dezembro de 2016, até mesmo o insuspeitável jornal Repubblica não pôde fazer outra coisa a não ser admitir os resultados de uma pesquisa publicada no Journal of the American Heart Association a propósito da relação positiva que existe entre matrimônio e saúde.

Todavia, para que os benefícios da vida de casal sejam percebidos – inclusive aqueles do melhoramento do comportamento emotivo revelado pelo Emoticon – é obviamente necessária uma coisa, que os matrimônios durem. Exatamente como aqueles dos nossos avós.




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