O segredo de um matrimônio feliz?
Pergunte a sua avó. Não, não disseram exatamente estas palavras, mesmo assim os
quatro coautores de uma recente pesquisa
publicada na revista científica Emotion não
chegaram a conclusões muito diferentes. O estudo, intitulado Age-related
changes in emotional behavior, foi realizado considerando uma amostra
de 87 casais monitorados por um período de 13 anos; alguns desses eram
compostos por cônjuges casados por pelo menos 15 anos, enquanto outros, mais
idosos, eram casais unidos em matrimônio por pelo menos 35 anos.
A finalidade do trabalho – como
sugere já o seu título – era aquele de verificar
com mais precisão possível se e como os comportamentos emotivos mudam durante o
matrimônio, com particular atenção a dinâmicas ligadas ao envelhecimento.
No final desta longa pesquisa se verificou uma coisa surpreendente, que o
comportamento emotivo negativo – como o ficar irritado ou polêmico – diminuía
nos casais na medida que marido e mulher envelheciam, com um paralelo
aumento do comportamento emotivo positivo, orientando para manifestações de
humor e de entusiasmo.
A ideia de que o matrimônio seja o túmulo do amor e que conduza à
infelicidade de casais se revelou que era um fake news bonita e boa. É verdade que alguma mulher, com a idade,
se mostrou um pouco menos afetuosa e mais prepotente que no passado, mas na totalidade
o êxito do estudo foi que sim, o amor conjugal é exatamente como o vinho: ao
envelhecer, melhora a qualidade. Porque amadurece.
Não por nada os autores deste
estudo chegaram a dar razão ao que afirmava uma publicação que já há décadas,
em 1985, sustentava que “as fases
iniciais de uma relação são marcadas por um amor romântico e cheio de paixão,
enquanto os adultos que já possuem mais tempo no matrimônio experimentam uma
passagem para o amor de companheirismo”. Exatamente por isso, um amadurecimento
do amor.
Robert Levenson, professor de
psicologia de Berkeley e autor principal do estudo, colocou depois em evidência outro detalhe interessante
percebido com esta pesquisa. “Os nossos
resultados projetam luz sobre um dos grandes paradoxos da vida adulta”,
declarou Levenson, o qual depois acrescentou: “Não obstante experimentem a perda dos amigos e parentes, as pessoas
anciãs em matrimônio estável são relativamente felizes e experimentam baixas
taxas de depressão e ansiedade. O matrimônio se revela, em suma, benéfico para
a saúde mental”.
Estas conclusões são
sustentadas por outras evidências científicas. Como aquelas de pesquisas que,
baseando-se em uma amostra de 1 milhão de pessoas subdivididas em 7 diferentes
Países europeus, viram como a decisão de casar-se esteja positivamente
associada a um aumento da vida que vai de 10 a 15%. Não surpreenderá a este
ponto saber como, em um estudo comparativo de alguns anos realizado em 17
Países ocidentais e o Japão, os
estudiosos Stack e Eshleman revelaram como os casais em matrimônio sejam em
geral muito felizes, até mesmo o 3,4 a mais que aqueles que somente convivem.
Os benefícios da vida conjugal são tantos e tais que, em dezembro de
2016, até mesmo o insuspeitável jornal Repubblica
não pôde fazer outra coisa a não ser admitir os resultados de uma pesquisa
publicada no Journal of the American Heart Association a propósito da relação positiva que existe
entre matrimônio e saúde.
Todavia, para que os benefícios da vida de casal sejam percebidos –
inclusive aqueles do melhoramento do comportamento emotivo revelado pelo Emoticon – é obviamente necessária uma
coisa, que os matrimônios durem. Exatamente como aqueles dos nossos
avós.
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