Ermes Dovico
“Caminhavam com os passos de um
soldado para receber Ele, o Comandante Supremo, que tinha um único comando: ama
o teu próximo como a ti mesmo e nada mais”. Inicia assim a recordação, comovida
e poética, que um escritor católico indiano, Joe Palathunkal, dedica no Living in Faith aquelas crianças que no dia de
Páscoa, antes dos atentados de matriz jihadista que atingiram o Sri
Lanka, tinham apenas recebido ou estavam para receber a Primeira
Comunhão. As suas fotos em cândidas
vestes, o rosário nas mãos, os rostos angélicos com o reflexo de Jesus
crucificado e ressuscitado, do qual brota o amor pelo próximo, nos dizem que
estes pequenos venceram a morte, unidos àquela Hóstia inocente da qual tinham
sido preparados para alimentar-se. “...mas quando o Ressuscitado disse a eles
de olhar para o sepulcro próximo à montanha (o Calvário), o encontraram vazio,
com um sorriso tranquilizador que a Primeira Comunhão que recebe imprime sobre
ti um sigilo de vida eterna”, recorda o poeta indiano.
O total das 257 vítimas, de
acordo com o balanço atualizado dos massacres de Páscoa e as 45-50 crianças que
tiveram suas vidas terrenas interrompidas (na foto a pequena Alexandria com os
seus pais; da família somente o pai sobreviveu) nos recordam que aqui, sobre
esta terra, estamos de passagem e a
diferença entre o desespero e a alegria eterna, depende do como chegamos
àquele extremo momento, do qual não sabemos nem
o dia nem a hora (Mt 25,13). Como as cinco virgens sábias da parábola, como
aqueles pequenos em fila para receber o Corpo de Nosso Senhor, é preciso vigiar
em espera pelo Esposo e vencer a própria batalha. “Pequenos, enquanto vós
descansais no banco, com os olhos fechados e as mãos cruzadas segurando um
rosário, recordai que os vossos olhos fechados são os mais abertos em um mundo
que fechou os seus olhos por ter assinado um acordo com Lúcifer contra Aquele
que disse: “O Reino de Deus pertence
aqueles como estes (pequenos)”. Estejais certos, inundastes os olhos de
milhões, e esta é a Missa de Ressurreição que desperta a consciência e a
Primeira das Primeiras Comunhões”, escreve ainda Palathunkal.
Seria importante, enquanto do Sri
Lanka chega a triste notícia do cancelamento das Missas também para o
domingo 5 de maio, que a catequese vivente transmitida a estas crianças fosse
custodiada não somente para aquela ilha do Oceano Índico mas também no nosso
Ocidente “feliz” com a secularização. Pensando
na graça que temos em poder com toda liberdade de participar da Missa todo
santo dia e receber o Alimento de vida eterna.
“Enquanto penso nas crianças da nossa diocese que receberão a
Primeira Comunhão nas próximas semanas, o meu coração se parte por estas jovens
pessoas e por todas as vítimas desta terrível tragédia”, escreveu o bispo
Green Bay (Wisconsin), David Ricken, acrescentando: “Quem sabe se as paróquias
não poderiam oferecer uma oração especial pelas jovens vítimas quando forem
celebrar as Primeiras Comunhões durante este ano”. E ao mesmo tempo,
acrescentamos, pedir-lhes a intercessão, sabendo que no meio daquelas vítimas
existe já quem contempla a Face de Deus.
Na companhia dos pequenos eucarísticos do Sri Lanka deve estar também uma alma predileta da nossa casa, a beata
Imelda Lambertini, que desde
a sua primeira infância era tão nutrida de piedade cristã a ponto de passar
horas diante do sacrário. Tinha uma devoção tão grande pelo Santíssimo
Sacramento que não compreendia como fosse possível comer o Corpo de Jesus e não
morrer de amor. Tendo Chegado o dia 12 de maio de 1333 e a pequena, somete com
11 anos ou um pouco mais, não tinha podido ainda fazer a Primeira Comunhão, por
causa da idade considerada na época ainda imatura. Também aquele dia parecia que deveria passar
assim, com Imelda triste no coro do mosteiro de Val di Pietra porque não
lhe era possível unir-se com o seu Jesus, quando o sacerdote, ao ver uma Hóstia
flutuar sozinha no ar, compreendeu a Vontade divina, e se dirigir em direção à
menina que tremia de alegria e permitir-lhe de comungar.
Lemos do franciscano Llorens Zaccaria: “Assim Imelda fechou os olhos a todas as
coisas externas, juntou as mãos, inclinou a cabeça... e pareceu que dormisse.
Mas, rapidamente a sua cor rosada se transformou em uma cor ligeiramente esbranquiçada, e se passaram
diversas horas sem que o encanto desaparecesse. Assim as monjas intuíram o
que estava acontecendo; se aproximaram
dela, a chamaram, mas não respondeu; estava morta, tinha morrido de amor por
Jesus, assim como se tinha imaginado...”. venerada
logo, o seu culto como beata foi formalizado por Leão XII em 1826 e depois, em
1910, São Pio X a proclamou padroeira das Primeiras Comunhões. O exemplo de Imelda, unido ao dos pequenos do Sri
Lanka, nos sirva de ajuda para ter o olhar fixo no Ressuscitado.
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