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terça-feira, 7 de maio de 2019

O que nos dizem as crianças do Sri Lanka sobre a Primeira Comunhão


Ermes Dovico


“Caminhavam com os passos de um soldado para receber Ele, o Comandante Supremo, que tinha um único comando: ama o teu próximo como a ti mesmo e nada mais”. Inicia assim a recordação, comovida e poética, que um escritor católico indiano, Joe Palathunkal, dedica no Living in Faith aquelas crianças que no dia de Páscoa, antes dos atentados de matriz jihadista que atingiram o Sri Lanka, tinham apenas recebido ou estavam para receber a Primeira Comunhão. As suas fotos em cândidas vestes, o rosário nas mãos, os rostos angélicos com o reflexo de Jesus crucificado e ressuscitado, do qual brota o amor pelo próximo, nos dizem que estes pequenos venceram a morte, unidos àquela Hóstia inocente da qual tinham sido preparados para alimentar-se. “...mas quando o Ressuscitado disse a eles de olhar para o sepulcro próximo à montanha (o Calvário), o encontraram vazio, com um sorriso tranquilizador que a Primeira Comunhão que recebe imprime sobre ti um sigilo de vida eterna”, recorda o poeta indiano.

O total das 257 vítimas, de acordo com o balanço atualizado dos massacres de Páscoa e as 45-50 crianças que tiveram suas vidas terrenas interrompidas (na foto a pequena Alexandria com os seus pais; da família somente o pai sobreviveu) nos recordam que aqui, sobre esta terra, estamos de passagem e a diferença entre o desespero e a alegria eterna, depende do como chegamos àquele extremo momento, do qual não sabemos nem o dia nem a hora (Mt 25,13). Como as cinco virgens sábias da parábola, como aqueles pequenos em fila para receber o Corpo de Nosso Senhor, é preciso vigiar em espera pelo Esposo e vencer a própria batalha. “Pequenos, enquanto vós descansais no banco, com os olhos fechados e as mãos cruzadas segurando um rosário, recordai que os vossos olhos fechados são os mais abertos em um mundo que fechou os seus olhos por ter assinado um acordo com Lúcifer contra Aquele que disse: “O Reino de Deus pertence aqueles como estes (pequenos)”. Estejais certos, inundastes os olhos de milhões, e esta é a Missa de Ressurreição que desperta a consciência e a Primeira das Primeiras Comunhões”, escreve ainda Palathunkal.

Seria importante, enquanto do Sri Lanka chega a triste notícia do cancelamento das Missas também para o domingo 5 de maio, que a catequese vivente transmitida a estas crianças fosse custodiada não somente para aquela ilha do Oceano Índico mas também no nosso Ocidente “feliz” com a secularização. Pensando na graça que temos em poder com toda liberdade de participar da Missa todo santo dia e receber o Alimento de vida eterna.  “Enquanto penso nas crianças da nossa diocese que receberão a Primeira Comunhão nas próximas semanas, o meu coração se parte por estas jovens pessoas e por todas as vítimas desta terrível tragédia”, escreveu o  bispo Green Bay (Wisconsin), David Ricken, acrescentando: “Quem sabe se as paróquias não poderiam oferecer uma oração especial pelas jovens vítimas quando forem celebrar as Primeiras Comunhões durante este ano”. E ao mesmo tempo, acrescentamos, pedir-lhes a intercessão, sabendo que no meio daquelas vítimas existe já quem contempla a Face de Deus. 

Na companhia dos pequenos eucarísticos do Sri Lanka deve estar também uma alma predileta da nossa casa, a beata Imelda Lambertini, que desde a sua primeira infância era tão nutrida de piedade cristã a ponto de passar horas diante do sacrário. Tinha uma devoção tão grande pelo Santíssimo Sacramento que não compreendia como fosse possível comer o Corpo de Jesus e não morrer de amor. Tendo Chegado o dia 12 de maio de 1333 e a pequena, somete com 11 anos ou um pouco mais, não tinha podido ainda fazer a Primeira Comunhão, por causa da idade considerada na época ainda imatura.  Também aquele dia parecia que deveria passar assim, com Imelda triste no coro do mosteiro de Val di Pietra porque não lhe era possível unir-se com o seu Jesus, quando o sacerdote, ao ver uma Hóstia flutuar sozinha no ar, compreendeu a Vontade divina, e se dirigir em direção à menina que tremia de alegria e permitir-lhe de comungar. 

 Lemos do franciscano Llorens Zaccaria: “Assim Imelda fechou os olhos a todas as coisas externas, juntou as mãos, inclinou a cabeça... e pareceu que dormisse. Mas, rapidamente a sua cor rosada se transformou em uma cor  ligeiramente esbranquiçada, e se passaram diversas horas sem que o encanto desaparecesse. Assim as monjas intuíram o que  estava acontecendo; se aproximaram dela, a chamaram, mas não respondeu; estava morta, tinha morrido de amor por Jesus, assim como se tinha imaginado...”. venerada logo, o seu culto como beata foi formalizado por Leão XII em 1826 e depois, em 1910, São Pio X a proclamou padroeira das Primeiras Comunhões.  O exemplo de Imelda, unido ao dos pequenos do Sri Lanka, nos sirva de ajuda para ter o olhar fixo no Ressuscitado.

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