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quinta-feira, 18 de julho de 2019

Teoremas Anti-Vaticano

No cemitério Teutônico nada que se refira à Orlandi
 
No dia 11 de julho os refletores da mídia nacional e internacional se acenderam sobre o pequeno Campo Santo Teutônico. Reabertas as tumbas de duas princesas alemãs do XIX século; depois de uma indicação anônima sobre a possível sepultura de Emanuela Orlandi (desparecida em 1983), mas não foram encontrados os ossos. E o giro de ilações anti-Vaticano começa novamente.




No dia 11 de julho os refletores da mídia nacional e internacional se acenderam sobre o pequeno Campo Santo Teutônico, situado dentro dos muros leoninos, para seguir as operações de abertura dos túmulos das princesas Carlotta Federica de  Meclemburgo-Schwerin  e Sophie von Hohenlohe, mortas respectivamente em 1840 e 1836. Os dois túmulos foram indicados como o possível lugar de sepultura de Emanuela Orlandi, adolescente de quinze anos desaparecida em Roma no ano de 1983, em uma sinalização anônima que chegou ao seu irmão Pietro. Atendendo ao pedido do advogado deste último, o Ofício do Promotor de Justiça do Tribunal do Estado da Cidade do Vaticano autorizou a ele que fosse feita a abertura. Como escreveu Andrea Tornielli, diretor do Dicastério para a comunicação da Santa Sé, no seu editorial em Vatican News, “a investigação obteve um (previsível) êxito negativo”. Nos túmulos, de fato, não foram encontrados os restos de Emanuela Orlandi.

A atenção da opinião pública, porém, se concentrou no fato de que os ossos das duas princesas não tenham sido encontrados. A inspeção do pessoal técnico, acontecida na presença de um perito de confiança de Pietro Orlandi, verificou que dentro das estátuas não havia vestígios de urnas ou caixões. Sobre estas circunstâncias, como explicou o diretor interino da sala de imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti, “estão acontecendo verificações documentais referentes às intervenções estruturais acontecidas na área do Campo Santo Teutônico, em uma primeira fase no final do século XIX e, em uma segunda fase mais recente entre os anos sessenta e setenta do século passado”. Enquanto se aguarda os resultados esperados pelo Vaticano, vale a pena recordar que nos anos 60 – como mostrado no próprio site oficial do lugar – a área do Campo Santo Teutônico teve operações de transferências de restos mortais: basta pensar nos restos mortais até agora sepultados dentro da vizinha igreja de Santa Maria da Pietà e transferidos – presumivelmente – para o terreno do cemitério.

Não é impossível pensar que a falta da presença dos ossos das duas princesas possa estar ligada a estes trabalhos que afetaram também a área subterrânea. Além do mais, também a partir de 2008 e por todo o 2009 o cemitério retornou a ser “um canteiro de obras” com as operações de restauração e de limpeza realizadas pelos estudantes da Munich Technical School for Stonemasons. Todo o complexo (igreja, cemitério e seminário) fica em solo italiano, mas possui status de extraterritorial em favor da Santa Sé, como sendo uma sede diplomática (do ‘defunto’ Sacro Romano Império, informam algumas fontes alemãs).

Em diversas reconstruções feitas pelos órgãos de imprensa realizadas depois que completaram a inspeção de 11 de julho, se procurou apresentar o episódio da ausência dos ossos das duas mulheres nobres como o mais novo capítulo do mistério sobre o que aconteceu com Emanuela Olandi, aludindo mais uma vez a um possível envolvimento do Vaticano.  Na realidade, à luz do caso Orlandi o único dado objetivo da abertura dos túmulos é a evidência de que dentro deles não tivesse nada que remetesse à adolescente de quinze anos desaparecida há 36 anos. À luz disto, o sinal que convidava a procurar “onde indica o anjo” poderia parecer a ideia de um mitomaníaco ou a tentativa de despistar, em todo caso o mais novo afronte à esperança e à dor dos familiares da cidadã vaticana. No seu editorial, Tornielli explicou que, sendo anônima, foi “impossível à Magistratura vaticana verificá-la previamente o quanto era confiável”. Exatamente sobre este ponto, a Santa Sé, confirmando a sua proximidade aos membros da família Orlandi, afirmou mais uma vez a disponibilidade em colaborar, demonstrada pela decisão de autorizar a abertura do túmulo.

Mais o tempo passa, mais se compreende a determinação com a qual os parentes se dedicam a sondar qualquer informação que surja sobre o caso, talvez na esperança de que quem sabe alguma coisa, envelhecendo, queira retirar um peso de sua consciência. Menos se compreende, ao invés, a atitude de quem continua ainda hoje a turvar as águas de um acontecimento já muito obscuro e doloroso inventando pseudo-revelações decisivas ou fabricando documentos claramente falsos, muito frequentemente com a intenção de fazer com que as pessoas deem crédito em uma possível culpabilidade do Vaticano. Além do mais, quem sabe se este novo nada de fato aconselhará aos operadores das informações de tratar a questão, que atrai interesse de milhares de pessoas em todo o mundo como foi visto pela difusão mundial da notícia de abertura dos dois túmulos das princesas alemãs, com menos sensacionalismo, especialmente em respeito pela procura pela verdade conduzida pelos familiares.


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