Greta, a paladina do
ambientalismo, na ONU gritou aos políticos ali presentes: a nós, jovens, vocês roubaram o futuro e a esperança. Obviamente,
pouco depois, a mídia procurou
trabalhar para fazer uma adequada ressonância destas palavras que para muitos
soa como corajosas, históricas, de reviravolta, sem volta.
Bem, desta vez concordamos com
Greta. Ainda mais, acrescentamos: isto nós estamos dizendo há muito tempo, há
tanto – tanto! - tempo.
A quem está lendo, pedimos de não
assustar-se. O fato de estarmos de acordo com Greta não significa que
concordamos com as causas que, para ela, teriam roubado dos nossos jovens o
futuro e a esperança. Pelo contrário, concordamos – ai de nós! - que aos nossos
jovens estão oferecendo uma vida sem futuro e sem esperança.
Acrescentamos também outra coisa:
é exatamente isso que Greta tem intenção de indicar (ou quem por ela, visto que
ninguém mais acredita na fábula de que foi ela mesma quem construiu seu
personagem) como causa que torna os nossos jovens ainda mais sem futuro e sem
esperança.
Se a Greta e aos seus coetâneos o
futuro lhes foi roubado não foi porque os mares teriam sido reduzidos em certo
modo, ou porque no ar existiriam muitas partículas finas ou por qualquer grau a
mais (em relação a isto recordemos que o século XIII foi um século muito quente
e não existia certamente a poluição humana), mas porque a cultura, ou seja, o
juízo sobre as coisas e sobre a existência que lhes foi oferecido é privado de
futuro, pois não existe tempo
possível ali onde é censurada totalmente a interrogação sobre o eterno. É somente o eterno que pode explicar e dar razão ao tempo. Quando o jovem reflete sobre o sentido da própria vida, não
é porque, aproximando-se da janela vê o céu sombrio ou percebe o sol abrasador,
mas porque percebe, sobretudo uma ausência,
que é aquela de uma razão para sua
entrega, para seu sacrifício, para sua luta. Se ao jovem são cortadas as asas,
tudo está terminado.
Se este decide inconscientemente
de fazer mal a si mesmo com uma vida banalmente imprudente, praticando violência
gratuita, consumindo sem sentido bebida alcóolica para atordoar-se e não pensar,
ou até mesmo inserindo no próprio corpo a mentira ilusória da droga, é porque
consciente ou inconscientemente percebe a ausência
de um fundamento sobre o qual apoiar sua própria existência.
O jovem é como um foguete que
para partir e subir tem necessidade de uma rampa de lançamento sólida. Se um
foguete quisesse decolar da fraca suavidade da areia ou – pior – da flacidez da
lama, implodiria ao invés de subir. Em Nápoles se diria: farebbe fetecchia!
Bem, é verdade: a Greta e aos
seus coetâneos foi roubado o futuro e a esperança, mas não porque o termômetro
marcaria (não estamos seguros disto) algum grau a mais, mas porque nós adultos
que deveríamos ter educado nos valores fortes, decidimos poluir a vida deles
(isto sim é a mais preocupante poluição) com o lixo do relativismo, do niilismo
e do nivelamento de um desejo reduzido a moloch
a quem estupidamente e covardemente se curvar.
Oferecemos a suavidade da areia (os confortos desmedidos) e a flacidez da lama (a perda do sentido do
pecado) e eles, os jovens, não sabe mais levantar voo.
O próprio fato de pensar que o
problema ambiental seja o problema mais importante nos diz muita coisa... assim
também como os nossos pecados de omissão e tantos pecados de omissão de uma
Igreja que ao invés de salvar as almas, pensa em salvar as florestas.
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